O reforço de campanhas educativas que orientem a melhor conduta dos pedestres é uma das opções para tentar reduzir o número de acidentes em canaletas de ônibus em Curitiba. É o que afirma o especialista em trânsito, Hugo Alexander Martins Pereira, engenheiro civil, mestre em engenharia de transportes e professor do curso de Engenharia Civil da Universidade Positivo.

O especialista lembra que as grades instaladas no entorno das caneletas devem direcionar o pedestre para realizar a travessia em um ponto seguro, com sinalização.

Hugo vê que há pontos específicos da cidade que precisam de uma maior atenção.

A velocidade máxima permitida dos ônibus que circulam nas canaletas, segundo o especialista, também precisa ser revista.

Outro alerta é sobre os pontos cegos nas vias.

Por meio de nota a Prefeitura de Curitiba reforçou que as grades instaladas impedem a passagem de pedestres em pontos sensíveis onde a visibilidade é limitada tanto para pedestres como para motoristas.

Ao longo dos eixos por onde circulam as linhas de BRT, segundo a Prefeitura, há cerca de 12,5 Km de gradis implantados no entorno de estações, nos itinerários por onde circulam os Ligeirões, e em áreas de grande fluxo com riscos de atropelamentos.

Hoje, os Ligeirões operam nos eixos Boqueirão e Norte-Sul, desde o Santa Cândida até a Praça do Japão. São cerca de 300 metros de gradil por estação.

A orientação do executivo municipal é para que haja atenção permanente do pedestre, como também que evite a circulação nos canteiros e que ultrapasse na faixa, respeitando a semaforização.

Dados

Um levantamento do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, feito a pedido da CBN Curitiba, mostra que somente nos cinco primeiros meses de 2022, foram mais de cem acidentes em canaletas de ônibus da capital. Um aumento de 41% quando comparado com o mesmo período do ano passado.

De janeiro a maio deste ano foram 103 ocorrências, sendo 54 com vítimas. No ano passado o número chegou a 190, de janeiro a dezembro, com 128 vítimas.