O ex-secretário-geral do Patriotas, Marcelo Sampaio, partido que participou da coligação com o PSL e PSC para as eleições de 2018, afirmou à CBN Curitiba que o PSL, até então presidido pelo ex-deputado estadual Fernando Francischini, substituiu candidatas mulheres por homens no processo eleitoral.

A afirmação acontece horas após o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) decidir pela cassação da chapa completa do PSL que culmina com a perda do mandato de mais quatro deputados estaduais na Assembleia Legislativa do Paraná.

Segundo Sampaio, Fernando Francischini procurou o Patriotas para fazer a coligação, pois, o PSL não tinha, na época, muito tempo de propaganda eleitoral. No entanto, quando conseguiu o espaço, ignorou os demais partidos.

Marcelo Sampaio disse que o PSL, que liderava a coligação, quando ficava sabendo da impugnação de candidatas mulheres fazia a substituição por homens, comprovando, segundo ele, a denúncia feita pelo Ministério Público Eleitoral de que houve fraude nas cotas de gênero da coligação.

Conforme o Ministério Público Eleitoral, pelo menos, duas mulheres tiveram as candidaturas inscritas sem consentimento das mesmas.

O ex-secretário-geral do Patriotas disse ainda que teve, ao menos, cinco assinaturas falsificadas em atas onde eram decididas as substituições dos nomes.

Conforme a decisão do TRE-PR, os deputados Fernando Guerra (União Brasil), Ricardo Arruda (PL), Coronel Lee (PSD) e Delegado Fernando (Republicanos), eleitos pelo quociente eleitoral, devem perder os mandatos, pois, os votos conquistados pela coligação devem ser considerados nulos.

No entanto, como cabe recurso da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos, por enquanto, continuam nos cargos.

Caso a decisão seja mantida, outros quatro deputados mais votados nas eleições de 2018, podem ocupar as cadeiras. Seriam eles: Hussein Bakri (PSD), Evandro Júnior (PSDB), Pier Petruziello (PP), Natan Sperafico (PP) e Péricles Mello (PP).

À CBN Curitiba, o presidente da Alep, Ademar Traiano (PSD), frisou que, por enquanto, nada muda, pois, cabe recurso.

Ademar Traiano falou ainda sobre os recentes casos de perda de mandato dos deputados em um ano eleitoral. O parlamentar pede que as decisões sejam mais rápidas pelos órgãos julgadores.

Além deles, recentemente, quatro deputados estaduais também perderam suas cadeiras na Assembleia Legislativa do Paraná, após Fernando Francischini ter o mandato cassado pelo TSE pela propagação de fake news sobre as urnas eletrônicas nas eleições de 2018.

Por conta disso, também perderam os mandatos os deputados Emerson Bacil, Paulo Rogério do Carmo e Cassiano Caron. No lugar deles, entraram os deputados Adelino Ribeiro (PSD), Nereu Moura (MDB), Elio Rusch (União Brasil) e Pedro Paulo Bazana (PSD).

Por meio de nota, o União Brasil, partido que surgiu da fusão entre o PSL e o DEM, informou que o processo corre em segredo de justiça, mas que cabe recurso ao TSE o que mantém os deputados com os mandatos. Além disso, afirmou que a decisão não causa inelegibilidade de nenhum dos deputados para as próximas eleições.

A CBN Curitiba tenta contato com a defesa dos deputados afetados com a decisão do TRE.