Na madrugada do dia 22 de julho de 2018, a advogada Tatiane Spitzner era encontrada morta dentro do apartamento onde morava com o marido, o professor de biologia, Luis Felipe Manvalier, condenado há mais de 30 anos de prisão pela morte dela.

A partir disso, o Paraná reconheceu o dia 22 de julho como o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, uma data de luta, pedido por justiça e grito de socorro para tantas outras mulheres que passam por inúmeros tipos de violência até perderem a vida.

Para que seja caracterizado feminicídio, basta que o homicídio seja motivado por menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Na manhã desta sexta-feira (22), na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, familiares de mulheres que foram assassinadas e que os suspeitos são os próprios namorados, ex-namorados e maridos, se reuniram para lembrar o dia de luta e combate contra o feminicídio.

Gilmar Quintilhano, criador de um instituto que leva o nome da mãe dele, Alice Quintilhano, vítima de feminicídio, em 1976, lembra que o feminicídio não tira apenas a vida das mulheres, mas deixa órfãos.

Patrícia Martins Chagas, mãe de Ketlin Martins Chagas, assassinada em 25 de dezembro de 2021 pelo ex-namorado, diz que a data serve também para alertar outras mulheres que passam por violência doméstica e, muitas vezes, não acreditam que elas podem ser vítima de feminicídio.

Segundo dados da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid) do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), só em 2021, foram 42.539 novos casos de violência doméstica contra a mulher no Paraná. E, até junho de 2022, já foram registrados 95 casos de feminicídio no estado.