De acordo com dados do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), Curitiba tem uma média de 16 acidentes em canaletas, envolvendo ciclistas. Isso nos últimos 5 anos. No levantamento, os anos de 2018 e 2019 foram os mais violentos, com mais de 20 ocorrências cada e, pelo menos, uma morte. No início da março, um adolescente de 16 anos perdeu a vida após ser atropelado por um ônibus na canaleta exclusiva para o transporte público. A Urbanização de Curitiba (Urbs), disse em nota que o adolescente fazia parte de um grupo que pegava rabeira no ônibus.

Rosângela Batistella, superintendente municipal de trânsito de Curitiba, afirma que há uma falsa sensação de que as canaletas são seguras para serem utilizadas por pedestres e ciclistas.

Para Celso Mariano, especialista em trânsito, o transporte coletiva com separação, como é o caso do BRT, é eficaz, mas produz riscos de acidentes mais graves, uma vez que o trânsito nas canaletas acaba sendo mais constante, sem grandes paralisações, aumentando a velocidade dos veículos.

Mesmo utilizando a faixa de pedestre, uma idosa e uma criança de cinco anos acabaram atropelados por um biarticulado na última quarta-feira (14). A mulher morreu após ser socorrida com ferimentos graves e a criança permanece internada em estado grave. Eles estavam próximos do Terminal do Sítio Cercado. Testemunhas afirmam que o motorista não teria visto os dois atravessando.

Segundo a superintendente municipal de trânsito de Curitiba, estudos estão sendo feitos nos terminais para melhorar a sinalização e a orientação dos pedestres e ciclistas.

Celso Mariano vai além, e cita que a educação para o trânsito é um fator primordial e esquecido, mas que faz toda a diferença para evitar acidentes como os registrados em Curitiba.

A equipe da CBN Curitiba solicitou os números de acidentes envolvendo pedestres nas canaletas, mas até o fechamento da reportagem a URBS não havia retornado com os dados.