Dos 12 anos até os 29 anos de idade é o período em que o ser humano passa pela maior transformação de toda sua existência.

Grandes mudanças ocorrem nessa faixa de idade, como a formação educacional básica, a escolha da profissão o ingresso em curso técnico ou superior profissionalizante, decisão sobre formação de família e a fase também em que os jovens, em sua maioria, definem sua vida financeira.

Para começar, quanto ao trabalho e a forma de ganhar a vida, o jovem se depara com a opção de ter emprego assalariado, trabalhar como profissional autônomo ou ser um empreendedor, político, artista, padre, escritor etc.

Nos últimos tempos, as estatísticas mostram que tem sido muito grande a parcela de jovens sem emprego, chegando em alguns países a atingir 40% dos jovens que estão em condições de trabalhar e procurando ocupação. É uma taxa muito alta.

Ao problema grave do desemprego junta-se outra situação muito séria, que é uma multidão de jovens chamada a geração nem-nem, jovens que nem estudam nem trabalham.

No início de 2023, pesquisa com 37 países sobre jovens de 18 a 24 anos que nem estudam nem trabalham revelou um quadro muito grave, com destaque para a África do Sul que tinha 46,2% dos jovens nem-nem. Não estudam nem trabalham.

Isso é uma tragédia humanitária e é uma catástrofe social. Em segundo lugar aparece quem? pois é, o Brasil, com 35,9% de jovens nem-nem.

Esse tema precisa voltar às manchetes e às discussões públicas, sobretudo entre os políticos, pois esse é um problema coletivo com sérias consequências sociais hoje e no futuro.

Ou seja, como falar em país do futuro quando, vamos repetir, 35,9% dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos não estudam nem trabalham. Para comparar, a geração nem-nem é de 24% na Argentina, 21,7% no México, 17,1% nos Estados Unidos e 10% na Alemanha.

Com as crises atuais – como a guerra Rússia x Ucrânia, Israel x Hamas e a desaceleração da China – o problema do desemprego pode se agravar e a geração que nem trabalha nem estuda acabaria aumentando.

E por falar em desaceleração da China, um comentário final: a população chinesa já havia diminuído em 1 milhão no ano de 2022 e, agora saíram os números demográficos informando que, em 2023, a população chinesa caiu 2,08 milhões, mostrando que começou o processo que pode levar a China a chegar em 2100 com metade da população atual.

É isso!

José Pio Martins, economista, professor, palestrante e consultor de economia, finanças e investimentos.