Um assunto que voltou às discussões recentemente é o velho problema do atraso tecnológico do setor industrial brasileiro, com sua baixa produtividade e sua reduzida capacidade competitiva.
O Brasil demorou demais para começar o processo de industrialização. De fato, o início real se deu apenas nos anos 1930, no governo Getúlio Vargas. Veio a segunda guerra mundial e o crescimento por aqui foi lento pelos 40 anos seguintes.
Houve melhora na década de 1970, quando o crescimento melhorou, porém ainda insuficiente para a modernização do país.
Entrando nos anos 1980, a indústria já dava mostra de que perderia participação relativa no Produto Interno Bruto (PIB), pois já se avizinhava o crescimento do setor primário (agricultura, pecuária, mineral, pesca e extrativismo em geral) e pela predominância no PIB do setor terciário (comércio e serviços em geral).
Outro fator que ajudou na redução da indústria dentro do PIB foi a onda de terceirização, que se acelerou a partir dos anos 1990, quando as empresas industriais passaram a contratar mercadorias e serviços que antes eram produzidos dentro da empResa industrial.
Sempre cito o exemplo de uma fábrica que mantinha restaurante próprio para seus empregados, cujos custos eram registrados em sua contabilidade. Ao terceirizar o restaurante para uma empresa fornecedora especializada, essa atividade passou a ser produto do setor de serviços.
Porém, o problema grave aqui é o atraso tecnológico e a baixa produtividade da indústria brasileira. A indústria é indispensável, pois os recursos da natureza têm de passar por transformação até se tornarem produtos aptos ao consumo.
A baixa produtividade da indústria brasileira sempre foi debitada ao chamado “custo Brasil” entendido como a precária infraestrutura de transportes, energia, comunicações, portos e aeroportos.
Mas há os outros fatores agravantes, como a carga tributária, a taxa de juros, o déficit educacional e a baixa qualificação da mão de obra.
Quer saber mais sobre o assunto? Então confira a coluna desta segunda-feira (9):
Muitos pregam que a recuperação da indústria depende de uma política industrial. De saída, a melhor política industrial é a solução daqueles gargalos citados dentro do custo Brasil.
Não adianta uma fábrica melhorar sua tecnologia se, ao competir com um concorrente internacional, a carga tributária que o industrial brasileiro paga for o dobro da carga paga pelo concorrente.
O mercado internacional é competitivo e a vitória muitas vezes é definida em pequenas frações de diferencial de custos.
De qualquer forma, o Brasil tem um Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, e o titular desse ministério é o vice-presidente da República. Então, o governo está com a palavra sobre essa questão da produtividade e da baixa competitividade da indústria brasileira.
De qualquer forma, o começo da solução desse problema passa por investimentos em infraestrutura física, melhoria do ambiente tributário e, por sua vez, as empresas precisam fazer sua parte em modernização tecnológica para aumentar a produtividade dentro de suas fábricas.
Pense nisso!