O envelhecimento da população e o aumento da expectativa média de vida lançaram uma crise no sistema estatal de aposentadorias dos trabalhadores do setor privado, em nosso caso, o INSS.

Nos anos 1960, havia 8 trabalhadores contribuintes para 1 aposentado. Hoje já estamos chegando a 1 contribuinte para cada aposentado. O regime do INSS é o regime de repartição.

Ou seja, os trabalhadores que pagam a previdência hoje são os que sustentam as aposentadorias de hoje dos trabalhadores que contribuíram no passado. Os trabalhadores do futuro pagarão a aposentadoria dos trabalhadores de hoje, lá no futuro. Esse sistema é inviável.

É prudente você não confiar na aposentadoria pelo INSS. Claro que você terá direito a uma aposentadoria do INSS, caso seja contribuinte. Mas não dá para confiar.

É grande o número de pessoas que buscam fazer uma previdência complementar privada, que é um meio para você formar reserva financeira para o futuro, fazendo aplicações enquanto está na ativa, via plano de previdência privada.

Você faz depósitos periódicos, seu dinheiro é gerenciado pela instituição financeira, que faz aplicações em ativos financeiros, para obter rendimento e formar reserva para você sacar no futuro.

Ao se aposentar, você disporá de um saldo financeiro resultante do capital acumulado pelos depósitos que você fez mais os rendimentos acumulados.

Meu recado é: antes de contratar um plano de previdência privada, é importante que você conheça algumas questões a serem esclarecidas com o gerente do banco. Vou destacar algumas.

  1. Qual é o tipo de plano, se é PGBL ou VGBL. Analise o que é mais adequado para você.

  2. Saiba o que acontece com o saldo acumulado se você morrer enquanto estiver trabalhando e aplicando seu dinheiro pela via do plano. Essa fase é chamada “período de contribuição”.

  3. Se você estipulou um beneficiário para receber o saldo acumulado durante a fase de contribuição – seus filhos, por exemplo –, saiba o que acontecerá se esse beneficiário vier a falecer ao mesmo tempo que você.

  4. Saiba qual é o plano de recebimento após a fase de contribuição, quando você se aposentar. Pode ser renda vitalícia sem período mínimo garantido; ou renda vitalícia com período mínimo garantido; ou retirada total.

  5. Havendo beneficiário para receber benefício após a aposentadoria do titular, que é você, perguntar o que acontece se este beneficiário vier a falecer junto com o titular.

  6. Verifique com o banco em que tipo de aplicação ele vai aplicar seu dinheiro. O contrato de previdência privada é um acordo que define como vai ser seu plano, mas é preciso que você saiba onde o banco vai aplicar seu dinheiro. Ou seja, conheça a carteira de ativos nos quais seu plano de previdência aplicará.

  7. Saiba qual é a taxa de administração que o banco vai cobrar em seu plano e confirme se essa taxa é razoável.

  8. Escolha o melhor regime de tributação durante a fase de acumulação.

Por fim, há outras questões, mas essas são as principais e, se você não conhece esses assuntos, pague um especialista em finanças para lhe dar uma consultoria para você tomar a melhor decisão. Vale a pena.

Pense nisso!

José Pio Martins, economista, professor, palestrante e consultor de economia, finanças e investimentos.