Com o fechamento da Estrada da Graciosa na noite de quinta-feira (5), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que monitora constantemente as condições da BR-277 e disse que “há risco, [de desmoronamentos] em função da pluviometria, com sua respectiva intensidade e período de duração”.

A rodovia, que é a principal ligação do estado com o Porto de Paranaguá, registrou no ano passado uma série de quedas de barreiras que causaram a interdição total e, por muitos meses, parcial da pista. O trecho de maior instabilidade se encontra entre os kms 30 e 50 da estrada.

Em nota, o DNIT disse que “o monitoramento é realizado através de instrumentos medidores de nível d’água e medidores de deslocamento, implantados à época das concessionárias”. Além disso, o órgão conta com “uma equipe de consultoria geológica e geotécnica que busca dados periodicamente junto ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN)”.

Os dados dos equipamentos são coletados, segundo o DNIT, por “empresas contratadas através de equipamento de órgãos como CEMADEN, ANA e SIMEPAR. Havendo risco evidente, o DNIT, em conjunto com a PRF e a Defesa Civil, além das empresas contratadas para os serviços de manutenção rodoviária e supervisão, atuam fazendo a intervenção e/ou interdição de uma ou mais faixas da rodovia”.

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Não há previsão de interdição da BR-277 após as chuvas registradas nos últimos dias. No entanto, com o monitoramento constante ela pode acontecer para preservar a vida de usuários caso exista o risco iminente de novos desmoronamentos de grande proporção.

O professor Renato Lima, diretor do Centro de Apoio Científico em Desastres (Cenacid) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que esse monitoramento precisa ser constante em razão do tipo de relevo que existe na Serra do Mar.

Enquanto isso, motoristas que utilizam a rodovia se deparam com os chamados “micro deslizamentos”, que para o DNIT são considerados comuns e acontecem durante todo o ano.

Ainda em nota, o órgão pontuou que não possui“o registro de todos os casos. Normalmente ocorrem queda de galhos de árvores, ou árvores pequenas, solo e pequenos blocos de rocha/pedra que se depositam nas sarjetas e valetas, e às vezes no acostamento da rodovia. Estas ocorrências de pequeno porte são removidas e limpas dentro do próprio contrato de manutenção rodoviária”.

Já a PR-410, conhecida como Estrada da Graciosa é de responsabilidade do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER) e está sendo monitorada pelo órgão para que seja feita a liberação do trecho. Por enquanto, a rodovia segue bloqueada para acesso dos usuários pelo excesso de chuva, que gerou um risco de deslizamentos em pontos já afetados e que passaram por obras emergenciais recentemente, nos kms 7 e 11.

Em nota, enviada pelo DER nesta sexta-feira (6), o órgão informou que “não há previsão de reabertura no momento, dada a expectativa de continuidade das chuvas pelos próximos dias. O DER/PR vai reavaliar diariamente as condições, com base em levantamentos pluviométricos e geotécnicos do trecho”.