Há curitibanos que não abrem mão de um bom livro físico. Virar as páginas faz parte da experiência para muita gente. Hoje em dia, com a tecnologia, a expansão do conhecimento e da mente também pode ser feita pelos livros digitais. Mas, independentemente do formato, como incentivar a leitura em meio às redes sociais e plataformas de conteúdos visuais, como séries e filmes?

As ações de troca de livros fazem parte desta estratégia. Para as celebrações alusivas ao Dia do Livro, nesta semana, em Curitiba, há oportunidade de acessar títulos até então desconhecidos e conversar sobre a leitura. E até mesmo economizar. O custo das publicações pode afastar muitos leitores ou potenciais leitores.

O objetivo, acima de tudo, é manter ou ampliar o acesso para mudar uma dura realidade. Segundo uma pesquisa da Câmara Brasileira do Livro (CBL), divulgada em dezembro de 2023, o Brasil tem aproximadamente 25 milhões de consumidores de livros, em uma população de mais de 200 milhões de brasileiros. Os dados indicam que apenas 16% da população acima de 18 anos afirma ter comprado ao menos um livro nos últimos 12 meses.

O estudo revelou ainda que, para os não compradores de livros, o hábito de leitura é uma atividade importante, porém a maioria aponta preço, ausência de loja e falta de tempo como os maiores fatores para desmotivar ou não efetuar a compra de livros.


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Para esta semana, uma escola de Curitiba decidiu montar uma biblioteca ao ar livre para incentivar alunos e responsáveis a reforçar o hábito da leitura e trocar obras já lidas pelos estudantes. Todos poderão escolher os livros que quiserem levar para casa. Segundo a diretora e pedagoga Carolina Paschoal, da Escola Pedro Apóstolo, o incentivo à leitura não pode ser deixado de lado.

As trocas de livros e as rodas de leitura se tornam estratégias para o Instituto Caminho de Davi, localizado no bairro Portão, em Curitiba, e que atende cerca de 1,4 mil crianças de sete escolas da cidade. O trabalho tem objetivo de tornar a leitura algo divertido e, assim, incentivar hábitos e a formação de novos leitores. Trabalhar com as crianças, por meio de ferramentas específicas, se torna essencial, de acordo com Patrícia Walger, fundadora do instituto.

Dentro deste contexto também há o desafio para novos autores, que buscam formas de chegar a um universo maior de leitores para mostrar a própria arte e contribuir com a sociedade por meio da literatura.

O empresário Emílio Morschel é autor de ‘Doação Inútil: reflexões sobre o sentido da ajuda’, que está à venda pela internet. A obra traz uma reflexão sobre a importância da doação e como isso deve ser feito de forma mais assertiva. No livro, o autor ressalta que, através dos projetos sociais, é possível ajudar a construir uma sociedade capaz de transformar o mundo em um lugar melhor.

O autor lembra que os livros favorecem as reflexões a partir de novas e múltiplas visões.

O estudo “Panorama do Consumo de Livros” apontou que, dos que se declaram consumidores de livros, 74% manifestaram intenção de realizar novas compras nos próximos meses. Além disso, 69% dos consumidores adquiriram entre um a cinco livros nos últimos 12 meses, enquanto 8% compraram 16 ou mais livros no último ano.