Estudo encomendado pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) mostra que os recentes incidentes geológicos registrados na rodovia BR-277 e na Estrada da Graciosa, que provocaram a interdição das vias, poderiam ter sido evitados, e seus impactos minimizados, se houvesse um serviço de monitoramento geológico, análise dos riscos e planejamento. Quem assina a análise é o geólogo Elbio Pellenz, especialista em Geologia da Engenharia e que integrou o Serviço Geológico do Paraná (Mineropar). De acordo com o relatório, algumas obras que já estavam sendo realizadas podem ter agravado a situação e contribuído para os deslizamentos.

Nilson Hanke Camargo, técnico do sistema faep/senar-pr, ressalta que o estudo trouxe que o monitoramento contínuo com inspeções rotineiras e o uso de instrumentos como um sistema de alarmes podem eliminar ou, ao menos, minimizar as consequências danosas de curto, médio e longo prazos. O técnico fala sobre os prejuízos para o agronegócio.

Os episódios estão relacionados diretamente com o fim da concessão das rodovias paranaenses, que ocasionou a degradação da infraestrutura em função do abandono por parte do governo estadual.

A FAEP defende ainda a criação de um novo acesso à Paranaguá.

Sobre o fim do pedágio, a FAEP já tinha entregue ao G7 – grupo que reúne entidades do setor produtivo – um documento em que alertava sobre os riscos da interrupção dos serviços prestados pelas concessionárias das rodovias do Anel de Integração em agosto de 2021. Na ocasião, a FAEP se posicionou contra o plano do governo do Paraná de abrir as cancelas de pedágio e defendeu que fossem firmados aditivos de contrato que garantissem a continuidade das concessões até nova licitação.