O desmatamento ilegal registrou queda de 64% no Paraná em 2023, segundo relatório divulgado nesta quarta (29) pela Fundação SOS Mata Atlântica, com dados monitorados entre janeiro e agosto. Em comparação com o ano passado, o desmatamento passou de 2.763 hectares para 992 hectares desflorestados.

O estudo também aponta que o total de eventos relacionados ao desmatamento reduziu de 933 para 441, assim como a área média desmatada, de 3 hectares para 2,2 hectares.

De acordo com o diretor executivo da SOS Mata Atlântica, Luis Fernando Guedes Pinto, esse decréscimo registrado em vários estados evidencia um aumento da fiscalização ambiental e as restrições de crédito financeiro para propriedades com desmatamentos não autorizados.

Mesmo com os dados positivos, o Paraná foi um dos estados que mais desmatou a Mata Atlântica nos últimos anos. Um balanço do Ministério Público mostrou que no ano passado o total de multas aplicadas, a partir das ações de fiscalização no estado, alcançou quase R$ 36 milhões, valor 130% acima do efetuado em 2021.

De acordo com dados da organização Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pela Unesco, originalmente 84% do Paraná era coberto pelo bioma. A mestre em Gestão Ambiental, Sandra Maria Lopes de Souza, relaciona o desmatamento com o agronegócio e também a especulação imobiliária.

Para manter a queda do desmatamento, a professora de Direito Ambiental no UniCuritiba, Regina Maria Bueno Bacellar, explica que a aplicação das leis ambientais deve funcionar em conjunto com campanhas sobre a necessidade de preservação do bioma.

Nesse bioma a estimativa é de que existam cerca de 20 mil espécies vegetais (35% das espécies existentes no Brasil, aproximadamente), incluindo espécies ameaçadas de extinção. A professora lembra que o bioma é fundamental para a manutenção da qualidade do ar.

O desmatamento ilegal é crime ambiental. No Paraná a denúncia pode ser feita para o Batalhão Ambiental pelo número 181.