Mais de 120 pessoas precisaram ser atendidas pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil entre a tarde e a noite desta quarta-feira (5) por causa dos temporais que atingiram, principalmente, as cidades de Matinhos e Guaratuba, no litoral do Paraná.

Segundo o Simepar, nesses dois municípios, o volume de água da chuva passou dos 100 milímetros nas últimas 24 horas.

Em Matinhos, a Defesa Civil preparou um ginásio de esportes, a Arena Vicente Gurski, para receber pessoas desabrigadas. Por lá, o volume de água chegou a 123 milímetros. A Prefeitura de Matinhos destinou esta quinta-feira para o recebimento de doações de móveis, colchões e eletrodomésticos.

Conforme o Corpo de Bombeiros, ainda no litoral paranaense, dois veículos caíram em rios e outros quatro ficaram ilhados.

Em alguns vídeos que circulam pelas redes sociais, moradores também aparecem ilhados, sem poderem sair de casa por conta dos alagamentos.

O advogado Juliano Augusto que trabalha entre Matinhos e Paranaguá, relatou à nossa equipe os estragos que percebeu pelo litoral paranaense.

O servidor público Nilson Hernandes está em Pontal do Paraná. Por lá a chuva causou alagamentos e na manhã desta quinta-feira (6) não tinha como andar pelas ruas.

Luis Carlos mora em Matinhos há quatro anos e por lá administra uma mecânica de carros. O muro da casa dele desabou.

Zé da Ecler (Podemos), prefeito de Matinhos, lamentou os alagamentos e que famílias, mais uma vez, ficaram desabrigadas por conta das chuvas.

Ele afirmou que o problema de saneamento na cidade é histórico e isso precisa acabar para que a situação não fique ainda pior nos próximos anos.

Apesar dos temporais, não foram registrados muitos estragos na rede de energia elétrica no litoral paranaense.

De acordo com a Copel, em Guaratuba um ponto com cabos rompidos deixou cerca de 100 unidades consumidoras sem energia durante a manhã desta quinta-feira.

Em Matinhos, foi registrada apenas uma ocorrência sem grandes prejuízos.

O local mais afetado foi o da comunidade de Serra Negra, em Guaraqueçaba, pois, o rio transbordou e o acesso para inspeção e manutenção das redes foi prejudicado.

Curitiba

Em Curitiba, segundo a Defesa Civil, os registros de alagamentos aconteceram, principalmente, nos bairros Ahú, Centro, Batel, Fazendinha, CIC, Novo Mundo e Bacacheri.

No bairro Ahú, o muro da Vara da Justiça Militar desabou e a rua precisou ser interditada. Também houve o desabamento da parede do subsolo de um edifício no bairro Bigorrilho. No Santa Cândida, houve desabamento do muro de um condomínio.

Marcelo Santos, chefe de planejamento da Defesa Civil de Curitiba, conta que os estragos foram registrados em todas as regiões da cidade. A precipitação de chuvas foi de 80 milímetros, nas últimas 24 horas.

Para o professor e pesquisador do Programa de mestrado e doutorado em Gestão Urbana da PUC Paraná, Carlos Hardt, as cidades não possuem investimento suficiente nas chamadas macrodrenagens e, por isso, sofrem quando as chuvas são mais fortes.

No entanto, Carlos Hardt frisa que também existe um fator climático que preocupa, já que a frequência com que esses eventos climáticos acontecem são mais constantes do que há 50 anos, por exemplo.

Apesar das fortes chuvas, segundo a Copel, não foram registrados danos elétricos significativos em Curitiba e na Região Metropolitana.