Um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário estadual foi feito na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta quarta-feira (22). Assinado pelo deputado estadual Renato Freitas (PT), o requerimento busca apurar a suspeita de um esquema de corrupção envolvendo um dos maiores traficantes do Brasil, Marcos Silas, e integrantes do Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná (Deppen-PR), como revela o parlamentar.

Uma sindicância foi aberta pela Secretaria de Segurança Pública após dois relatórios da Agência de Inteligência do Deppen (Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná) revelarem uma investigação sobre corrupção dentro do espaço prisional. A medida adotada pela Pasta quer apurar quais os trâmites realizados após a finalização do relatório e como os envolvidos teriam sido punidos ou se foram efetivamente penalizados.

No documento, ao qual a CBN teve acesso, os agentes relatam uma denúncia de que o ex-diretor do Deppen, Francisco Caricati, teria recebido propina do traficante Marcos Silas, para garantir que o detento ficasse em uma cela onde a contravenção de celulares fosse facilitada e que também impedisse a sua transferência para um presídio federal. Para realizar esse suposto esquema, Caricati teria recebido cerca de R$ 1,5 milhão do criminoso.

À CBN Curitiba, Francisco Caricati afirmou que está sendo alvo de servidores que pretendiam “tirar ele da direção do Deppen” e que “na época pediu investigações”. Ele também pontua que “esse relatório é uma denúncia anônima” e que não teria vindo da Agência de Inteligência, e ressalta que “o Deppen pode comprovar a veracidade dos fatos com o documento oficial”.

Já o pedido de CPI protocolado na Assembleia deverá ter um terço das assinaturas de parlamentares para que a comissão seja instaurada.

O governo do Paraná disse em nota que acompanha a investigação da Sesp. O prazo para a conclusão da sindicância é de 15 dias, já a CPI deve passar pelos trâmites legais antes de ser iniciada.