A juíza Gabriela Hardt, substituta de Eduardo Appio na 13ª Vara Federal de Curitiba, se candidatou à remoção do cargo na Operação Lava Jato. A informação foi divulgada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região nesta sexta-feira (26).
Em 20 de maio, ela assumiu os processos da operação, quando Appio, então juiz titular, foi afastado do cargo por decisão do TRF-4 por ter tentado, segundo o órgão, intimidar o filho do desembargador Marcelo Malucelli, que é sócio do ex-juiz e senador Sérgio Moro (União Brasil).
Por meio de uma ligação anônima, Appio teria se passado por um servidor da Justiça Federal para obter informações de maneira indevida. João Malucelli gravou a ligação e uma ação foi instaurada no tribunal, causando o afastamento do juiz.
O processo de saída de Hardt continua até segunda-feira (29) e a magistrada ainda pode desistir. Depois, a decisão será enviada para o Conselho de Administração até a confirmação da saída dela, e outro nome será indicado para a vaga.
O tribunal não informou para onde ela vai. Por outro lado, recentemente, ela pediu remoção para o estado de Santa Catarina. Ela sinalizou interesse em atuar em nove varas de Florianópolis e quatro de Itajaí.
Em 2019, ela condenou Lula no caso do sítio de Atibaia. Depois, essa condenação foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal. O STF entendeu que os casos não deveriam ter tramitado em Curitiba e apontou parcialidade de Moro nas ações contra Lula.
No mesmo ano, a 8ª Turma do Tribunal Federal da 4ª Região anulou uma sentença de Hardt porque ela teria copiado os fundamentos das alegações finais do Ministério Público Federal, sem fazer qualquer tipo de referência ao órgão e teria escrito como se fossem dela os argumentos.
Gabriela Hardt também foi responsável por autorizar uma operação que prendeu integrantes do PCC que teriam planejado um atentado contra o ex-juíz Sergio Moro. Por outro lado, a magistrada deve sair de Curitiba depois de ter pedido remoção para o estado de Santa Catarina.