Nesta semana chegou ao fim o período sazonal 2022/2023 da dengue no Paraná, que começou em 31 de julho do ano passado. Durante este tempo a doença foi registrada em 367 municípios. Foram 341 mil notificações, 135 mil casos confirmados e 108 mortes. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde. Agora começa um novo monitoramento. Como será este ano epidemiológico?

O médico sanitarista, mestre em Saúde Coletiva, especialista em Saúde Pública e em Planejamento de Sistemas de Saúde e professor da PUCPR, Gilberto Martin, explica que há sim uma possibilidade de ser mais um ano com pico de casos, seguindo mesma tendência dos anteriores.

Ele lembra que mais importante do que o número de casos ou mortes é a de infestação do mosquito transmissor da dengue.

Já a médica infectologista, Sonia Raboni, afirma que há vários fatores que interferem no aumento ou redução dos casos da dengue, como o clima e sorotipos da doença, algo que é sentido ao longo dos meses.

Ela também reforça que a melhor solução é reduzir a presença do vetor da dengue.

A tese da relação do clima com a incidência da dengue foi comprovada em estudo do professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana (PPGTU) da PUCPR, Fabio Teodoro de Souza. Ele explica como o El Niño pode aumentar a disseminação da doença.

Neste último ano epidemiológico, os municípios que tiveram maior registro de casos foram Londrina e Ibiporã, ambos da região Norte, Foz do Iguaçu, no Oeste, e Paranaguá, no Litoral. Em relação às mortes registradas, Londrina e Foz do Iguaçu lideram a lista.