O delegado da Polícia Civil, Erik Busetti, foi interrogado por mais de seis horas nesta quinta-feira (4), no quarto dia do julgamento em que é acusado pelo assassinato da esposa e da enteada, cometido em 2020, em Curitiba. Ele responde por duplo feminicídio, com impossibilidade de defesa das vítimas, motivo torpe e crime cometido na presença de ascendente.

O julgamento segue. Os debates entre defesa e acusação iniciaram após às 19h e devem terminar na madrugada.

No início do julgamento, Erik respondeu aos questionamentos da juíza responsável pelo caso. Câmeras de segurança flagraram o duplo assassinato e as imagens são utilizadas na denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR).

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Ao longo do dia a defesa fez exposição e questionou ao réu conteúdo de conversas e mensagens do policial com a enteada, mostrou vídeos para formar a rotina da família e questionou sobre o dia do crime e os detalhes da ação.

O advogado de defesa, Renan Canto, disse que está confiante em um desfecho favorável para o acusado.

A acusação acredita que Erik Busetti será condenado com todas as qualificadoras possíveis. Para a assistente de acusação, Louise Mattar Assad, a questão de o crime ter sido cometido dentro de casa indica que houve violência doméstica.

A esposa de Erik, Maritza Guimarães de Souza, também atuava na Polícia Civil e tinha 41 anos na data do crime. A enteada tinha 16. Uma filha do delegado com a esposa, de 9 anos, estava no imóvel no momento do crime e estaria dormindo durante os assassinatos. Ela foi deixada na casa de vizinhos antes de Erik se entregar à polícia. Para os militares, o delegado confessou os assassinatos, mas ficou em silêncio no interrogatório na época.

Para a juíza que cuida do caso, Erik Busetti afirmou que a discussão começou após ele questionar para a enteada se a mãe dela tinha um outro relacionamento. Após uma discussão, ele agrediu a jovem. O delegado disse que o casal estava separado, com possibilidade de voltar.

Erik pontuou ainda que Maritza estaria o gravando com um celular, exaltada. Depois, quando a esposa o aborda, ele pega a arma e efetua os disparos. Para a magistrada, ele disse não se lembrar da presença da adolescente no momento dos tiros.