O delegado da Polícia Civil, Erik Busetti, foi condenado a 38 anos, 10 meses e 18 dias de prisão pelo assassinato da esposa e da enteada, cometido em 2020, em Curitiba. A decisão foi comunicada na madrugada desta sexta-feira (05), pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, da 1.ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, no fim do julgamento do caso.  Erick também perdeu o cargo de delegado de polícia e a guarda da filha de 12 anos.

Câmeras de segurança flagraram o duplo assassinato e as imagens são utilizadas na denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR).

Nesta quinta-feira (04), Erik respondeu aos questionamentos da juíza responsável pelo caso. Ele foi interrogado por mais de seis horas.

Ao longo do dia a defesa fez exposição e questionou ao réu conteúdo de conversas e mensagens do policial com a enteada, mostrou vídeos para formar a rotina da família e questionou sobre o dia do crime e os detalhes da ação.

A esposa de Erik, Maritza Guimarães de Souza, também atuava na Polícia Civil e tinha 41 anos na data do crime. A enteada tinha 16. Uma filha do delegado com a esposa, de 9 anos, estava no imóvel no momento do crime e estaria dormindo durante os assassinatos. Ela foi deixada na casa de vizinhos antes de Erik se entregar à polícia. Para os militares, o delegado confessou os assassinatos, mas ficou em silêncio no interrogatório na época.

Para a juíza que cuida do caso, Erik Busetti afirmou que a discussão começou após ele questionar para a enteada se a mãe dela tinha um outro relacionamento. Após uma discussão, ele agrediu a jovem. O delegado disse que o casal estava separado, com possibilidade de voltar.

Erik pontuou ainda que Maritza estaria o gravando com um celular, exaltada. Depois, quando a esposa o aborda, ele pega a arma e efetua os disparos. Para a magistrada, ele disse não se lembrar da presença da adolescente no momento dos tiros.