A defesa do vereador Renato Freitas (PT) tem cinco dias para tentar reverter o pedido de cassação. Caso a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara não altere a decisão do Conselho de Ética, a Casa tem prazo de três sessões para marcar o julgamento do vereador Renato Freitas em plenário. Para a cassação ser efetivada, é necessária a maioria absoluta de votos, 20 dos 38 vereadores precisam concordar com a cassação.

O presidente do Conselho de Ética, vereador Dalton Borba (PDT), explicou que durante o julgamento no Conselho sugeriu a suspensão do mandato de Freitas por 180 dias, por acreditar que houve ato político dentro do templo.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) concluiu nesta terça-feira (10) o julgamento do caso. No entendimento do vereador Sidnei Toaldo (Patriota), relator do processo, que pede a punição máxima prevista no Código de Ética, Renato Freitas exerceu papel de liderança durante a manifestação contra o racismo.

O ato aconteceu em cinco de fevereiro e terminou com a entrada de manifestantes na igreja Nossa Senhora do Rosário de São Benedito, na região central da capital. Durante a reunião, houve apoio ao relator de outros quatro vereadores: Denian Couto (Podemos), Indiara Barbosa (Novo), Noemia Rocha (MDB) e Toninho da Farmácia (União). Dalton Borba (PDT) sugeriu a suspensão do mandato e Maria Letícia (PV) pediu o arquivamento do processo.

O relator mencionou postagens publicadas nas redes sociais por Renato Freitas, convocando pessoas para a manifestação e imagens internas do sistema de segurança da igreja.

Em março, a Arquidiocese de Curitiba se manifestou em favor de medida disciplinadora proporcional ao incidente, mas sugeriu que fossem evitadas motivações politizadas e, inclusive, que não fosse adotada a punição máxima, de cassação do mandato do vereador Renato Freitas.

Durante uma missa, o padre Júlio Lacelloti, conhecido por ser um defensor das causas das minorias, também prestou sua solidariedade ao parlamentar.

Após a decisão do Conselho de Ética, a CBN buscou posicionamento de Renato Freitas, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno.

Nesta terça-feira (10), após receber um suposto e-mail de cunho racista, Freitas disse à CBN que se sente “perseguido”.

Já o Partido dos Trabalhadores do Paraná, em nota, manifestou apoio e solidariedade ao vereador, “por acreditar que a Comissão de Ética da Câmara Municipal de Curitiba votou, de forma injusta, pela indicação da cassação do mandato do parlamentar”.

A nota ainda pondera que o vereador pediu desculpas pela atitude e a própria Arquidiocese de Curitiba enviou uma carta ao Conselho de Ética da Câmara, afirmando que aceitou as desculpas do parlamentar e que é contra a cassação do mandato.

Na avaliação do PT do Paraná, a manifestação do vereador “não fere o exercício legislativo e nem a legitimidade do seu mandato, portanto, a indicação pela cassação só demonstra a perseguição política contra o vereador e sua representatividade dentro da Câmara Municipal”.