A Defensoria Pública do Paraná abriu um procedimento e vai oficiar a Secretaria de Segurança Pública (SESP) e a Polícia Militar do Paraná para explicarem a abordagem a um homem na região central de Curitiba. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram pelo menos seis viaturas e vários policiais militares tentando efetuar a prisão deste homem que estava em situação de rua.

O defensor Antonio Vítor Barbosa de Almeida, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria, afirma que será solicitado o afastamento dos policiais envolvidos na abordagem, que para ele é considerada violenta.

O defensor ainda fala que o ato chamou atenção por ser desproporcional, e que nada justifica a abordagem.

A Polícia Militar do Paraná informou, por meio de nota, que tem realizado diversas ações de combate e prevenção à criminalidade na região central de Curitiba. Em uma dessas ações, na quarta-feira (04), uma mulher que transitava em via pública solicitou uma abordagem a um homem que se encontrava muito agitado e ameaçando pedestres.

A nota diz ainda que, durante a abordagem, o suspeito se identificou com um nome falso, em seguida ficou agitado e passou a agredir os policiais, que usaram da força necessária para imobilizar o agressor. Os militares solicitaram apoio de outras equipes policiais militares para conter o indivíduo.

A Defensoria Pública do Paraná abriu um procedimento e vai oficiar a Secretaria de Segurança Pública (SESP) e a Polícia Militar do Paraná para explicarem a abordagem a um homem na região central de Curitiba.  Foto: Divulgação / redes sociais

Foi solicitado, ainda, apoio do SAMU para que o homem fosse medicado e pudesse se acalmar. Na UPA o indivíduo informou o seu verdadeiro nome, foi constatado que contra ele havia um mandado de prisão em aberto, por se encontrar foragido do sistema prisional, segundo a polícia.

A corporação diz ainda que o homem tem uma extensa ficha criminal e diversas prisões por roubo, sendo a sua primeira prisão no ano de 1999, durante o período que esteve preso respondeu ainda por diversas faltas graves e fugas do sistema prisional. A Polícia Militar do Paraná afirma também que instaurou procedimento administrativo para apurar o contexto da ocorrência.

Os Consegs São Francisco e Centro Cívico e o grupo Centro Seguro também se manifestaram sobre o caso. Por meio de nota afirmaram não concordam com o afastamento dos policiais envolvidos, que desfalcaria o policiamento na região.

Em nota as organizações disseram não ver “necessidade de medida tão radical, considerando que não houve morte, tiro, eletrochoque, ferimento grave. O indivíduo é foragido da Justiça e responde a cinco processos por roubo e três por furto. Foi atendido pela saúde pública e passa bem. A atuação da PMPR deu-se dentro da técnica, conforme linha adotada pelo Comando do 12⁰ BPM, no cumprimento do dever constitucional da Polícia. Alguns criminosos fazem uso de disfarces sociais para praticarem crimes”.