Relatório do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, divulgado nesta segunda-feira (29), contabiliza 150 casos de Hepatite A registrados em Curitiba entre janeiro e 26 de abril de 2024 (dados preliminares). O alto número de casos caracteriza surto da doença, o que motivou estudo da SMS quanto às características e a fonte das contaminações.

A principal orientação é intensificar os cuidados de higiene das mãos antes de comer e após usar o banheiro, a atenção à qualidade da água, tanto para o consumo quanto aquela usada para lavar frutas e verduras, e o uso de preservativos nas relações sexuais.

A investigação realizada pelo Centro de Epidemiologia não identificou focos de contaminação de água ou alimento, o que reforça o comportamento sexual desprotegido como fonte provável de contaminação.

Quem teve Hepatite A na infância, quando a situação de saneamento básico ainda estava aquém do necessário e era comum a contaminação por água não tratada, já tem imunidade contra a doença. As crianças, vacinadas desde 2014 pelo sistema público, também estão protegidas. Já o jovem adulto, faixa etária que concentra 80% das confirmações, não tem imunidade contra a doença porque não foi vacinado, o que reforça ainda mais a necessidade das ações preventivas indicadas.

A série histórica de vigilância das hepatites virais da Secretaria Municipal da Saúde registrou, entre 2012 e 2022, 111 casos de Hepatite A em Curitiba. Geralmente, são menos de 10 casos por ano, mas em alguns períodos as confirmações cresceram. Em 2012, foram confirmados cinco casos da doença na cidade; três em 2013; cinco em 2014; cinco casos também em 2020, 2021 e 2022. O maior número registrado em Curitiba havia sido em 2018, com 21 confirmações.


SAIBA MAIS


Em 2024, desde janeiro até 26 de abril, já foram confirmados 150 casos de hepatite A em Curitiba, dos quais 80% (120 casos) atingiram homens e 20% (30 casos) mulheres. A faixa etária mais evidente está entre 20 e 39 anos. Cerca de 48% das pessoas contaminadas (72) precisaram de hospitalização e sete delas (9,7%) necessitaram de cuidados intensivos, ou seja, internação em UTI.

Também foram confirmados três óbitos por Hepatite A aguda neste ano: uma mulher de 29 anos, e dois homens, de 40 e 60 anos. Um homem de 46 anos precisou de transplante hepático em decorrência da doença e já está recuperado.

Sintomas

Os sintomas da Hepatite A muitas vezes podem ser confundidos com os de outras doenças. Os principais são fadiga, mal-estar, febre e dores musculares. Com a evolução do quadro, podem surgir sintomas gastrointestinais como enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia.  A pessoa contaminada também pode apresentar urina escura (cor de coca-cola) e a pele e os olhos amarelados (icterícia).

Ao apresentar sintomas de Hepatite A, o curitibano deve procurar atendimento de saúde nas Unidades de Saúde, UPAs ou pela Central Saúde Já. Se os sintomas forem leves, o atendimento pode ser feito pela Central Saúde Já – 3350-9000. Depois da classificação de risco, feita por profissional de enfermagem, a pessoa poderá ser direcionada para consulta médica por telefone ou vídeo, receber as orientações para o seu caso, ou ainda ser encaminhado para atendimento presencial, se necessário.

* Com informações da SMS