A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba divulgou, nesta segunda-feira (1/7), novo boletim epidemiológico da Hepatite A, que registra mais 13 casos na cidade no período de uma semana. De janeiro a 28 de julho, foram confirmados 366 casos, cinco mortes e um transplante hepático em decorrência da Hepatite A na capital paranaense, o que configura surto da doença em Curitiba. No mesmo período de 2023, somente cinco casos haviam sido confirmados na cidade.

O inquérito epidemiológico da prefeitura identificou que o surto tem transmissão de pessoa a pessoa e que a principal fonte de contaminação é sexual, com prevalência de confirmações em homens jovens, entre 20 e 39 anos.

Historicamente, a transmissão da Hepatite A estava ligada a condições de saneamento e à ingestão de água ou alimentos contaminados, sendo mais comum em crianças, por não adotarem a higiene frequente e cuidadosa das mãos. Presente nas fezes contaminadas, o vírus é transmitido pelo contato de fezes com a boca.

Nas crianças, geralmente é uma doença benigna, facilmente tratada. Já em adultos, a Hepatite A tende a ser mais grave, inclusive com a necessidade de internação hospitalar, situação que se apresenta no surto enfrentado em Curitiba.

Números

Dos 366 casos confirmados, 220 foram internados (60%) e 12 (3,2%) precisaram de cuidados intensivos em UTI. A maioria das confirmações, 73%, atinge homens (267) e 27% são em mulheres (99).

Bloqueio

Com o objetivo de barrar a transmissão para mais pessoas, a Secretaria Municipal de Saúde aguarda a chegada de vacinas para bloqueio de casos, ou seja, serão vacinados os contatos familiares e sexuais daqueles que tiverem a confirmação da Hepatite A nos últimos 15 dias.

Desde 2014, a vacina contra Hepatite A está disponível no calendário nacional de vacinação do SUS para crianças de 1 a 4 anos, aplicada nas Unidades de Saúde. Os endereços podem ser conferidos no site Imuniza Já Curitiba.

Para adultos, somente casos específicos, como pessoas vivendo com HIV/Aids, doadores de órgãos sólidos, transplantados, entre outras situações podem receber a imunização pelo SUS. Nesses casos, a vacinação é feita nos Centros de Referência de Imunológicos Especiais (Crie), do Governo do Estado.

Sintomas

Entre os sintomas mais frequentes, estão a falta de apetite, mal-estar geral, enjoo, febre e fadiga, além da evolução para olhos e pele amarelados, urina escura e fezes esbranquiçadas.

Os sintomas iniciais podem ser confundidos com os de muitas viroses. Para o diagnóstico diferencial, é essencial que a pessoa procure atendimento de saúde. Se apresentar sintomas leves, a pessoa pode buscar atendimento pela Central Saúde Já, ligando para 3350-9000.

*Com informações da prefeitura de Curitiba