A Rede Monitoramento Covid Esgotos emitiu notas de alerta em razão do aumento da circulação do coronavírus na rede de esgoto da capital paranaense. Segundo os dados, desde o começo do ano não eram registrados volumes tão altos na cidade. A alta da carga viral nos esgotos de Curitiba também foi seguida pelo número de casos confirmados de Covid-19 entre a população.

O monitoramento apontou aumento nas cargas de Sars-CoV-2 nos esgotos nas semanas de 19 de abril e 17 de maio. O crescimento continuou bastante expressivo na última semana do mês de maio e foi necessário alertar novamente a população, pois a soma das cargas do novo coronavírus nos esgotos atingiram valores ainda mais elevados, afirma professor do departamento de Hidráulica e Saneamento da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e integrante da Rede de monitoramento, Ramiro Etchepare.

Os dados são obtidos pela soma das cargas virais das cinco estações de tratamento de esgotos (ETEs) monitoradas, que juntas atendem toda população de Curitiba e uma parcela da região metropolitana.
De acordo com o levantamento, o vírus Sars-CoV-2 detectado no esgoto não está na forma ativa e infecciosa – portanto, não existem evidências sobre a probabilidade de transmissão da Covid-19 por meio do esgoto.

Os fragmentos virais encontrados são apenas indicadores da infecção de pessoas pelo coronavírus e não representam risco de contaminação por esse meio, o que não exige cuidados adicionais em relação à água potável. Outro ponto importante é que o sistema de esgoto fica separado do sistema de abastecimento de água e não há possibilidade de contaminação da água potável pelo esgoto. A infetologista Marta Fragoso ressalta a importância de manter cuidados, apesar disso.

A Rede foi criada com o objetivo de ampliar a disponibilidade de informações para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 por meio do monitoramento nos esgotos de algumas capitais brasileiras, entre elas, Curitiba, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e também o Distrito Federal. Em Curitiba, o projeto é coordenado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e conta com o apoio da Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR).