Profissionais da enfermagem de Curitiba e região vão aderir à greve nacional da categoria na próxima quarta-feira (21). A decisão foi tomada após assembleia dos profissionais com o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc).
A paralisação acontece após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a implantação do piso da categoria.
A presidente do Sindesc, Isabel Cristina Gonçalves, afirma que 30% dos profissionais não devem aderir à paralisação, para garantir o funcionamento dos hospitais.
Ela não descarta uma greve por tempo indeterminado, caso a categoria não tenha garantia do reajuste do piso salarial.
A lei do novo piso da enfermagem, aprovada pelo Congresso Nacional, estabeleceu piso salarial de R$ 4.750 para os enfermeiros; 70% desse valor aos técnicos de enfermagem; e 50% aos auxiliares de enfermagem e parteiras. Pelo texto, o piso nacional vale para contratados sob o regime da CLT e para servidores das três esferas – União, Estados e Municípios -, inclusive autarquias e fundações.
Com o novo Piso Nacional da Enfermagem, a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Paraná (Femipa) levantou que haverá um aumento de quase R$ 500 milhões por ano nos custos das instituições de Saúde do Estado. Somente nas entidades afiliadas à Femipa, o impacto financeiro mensal será de R$ 38 milhões. A estimativa é de fechamento de 2.642 leitos e 9.528 demissões no Paraná.
No Paraná, existem 141 santas casas ou hospitais filantrópicos, responsáveis por mais de 50% dos atendimentos ao Sistema Único de Saúde (SUS) e 75% da demanda no Estado em procedimentos de alta complexidade.