A inclusão dos cigarros eletrônicos na lei que já proíbe, desde 2009, o uso de cigarros em áreas de uso comum foi aprovada na Câmara Municipal de Curitiba, no fim de novembro, e sancionada pelo prefeito Rafael Greca. Portanto, desde o dia 5 de dezembro, os dispositivos eletrônicos para fumar (DEf’s), mais são conhecidos como cigarro eletrônico, vaper, entre outros nomes comerciais, não podem mais ser usados em locais fechados ou áreas semiabertas.

A legislação determina que os estabelecimentos coloquem placas para informar os clientes sobre a proibição. A medida vale para lugares de uso coletivo, públicos ou privados.

O cigarro eletrônico se popularizou principalmente entre o público jovem. Embora a comercialização seja proibida no país, os dispositivos podem ser facilmente encontrados em diversos estabelecimentos comerciais e o consumo, sobretudo entre os jovens, tem aumentado a cada ano.

A chegada dos cigarros eletrônicos foi marcada pela promessa de serem menos agressivos que o cigarro comum, como explicou Thais Abreu de Almeida, oncologista clínica do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP).

A Associação Médica Brasileira (AMB) informou que a maior parte dos dispositivos eletrônicos para fumar contém nicotina, uma droga psicoativa que causa dependência e, ao ser inalada, chega ao cérebro entre sete e 19 segundos. A nicotina libera substâncias químicas que trazem sensação imediata de prazer.

Segundo a AMB, o uso de cigarro eletrônico foi associado como fator independente para asma, aumento da rigidez arterial em voluntários saudáveis, o que significa risco para infarto agudo do miocárdio, exatamente da mesma forma que os cigarros tradicionais. Já em estudos laboratoriais, o cigarro eletrônico foi apontado causador do câncer que mais mata no mundo, câncer de pulmão, entre outros tipos.

A oncologista explicou como as substâncias contidas nos cigarros eletrônicos agridem os órgãos.

Um estudo feito nos Estados Unidos, e divulgado pela Universidade de São Paulo (USP), apontou que os dispositivos eletrônicos para fumar também afetam a saúde dos olhos. Segundo a pesquisa, quem fuma cigarro eletrônico tem um risco aumentado de sentir dor nos olhos, sensação de secura, além de embaçamento da visão.

De acordo com Thais Abreu de Almeida, um estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontou que o uso de cigarro eletrônico, entre os jovens, aumenta o risco de tabagismo na vida adulta e também o risco de desenvolver algum tipo de câncer precocemente.

Sociedades oncológicas brasileiras e internacionais alertam para o risco de uma epidemia de câncer de pulmão e outros tipos de tumores na população jovem que utiliza cigarro eletrônico.