Uma menina de 11 anos que luta contra a obesidade desde bebê. Segundo os pais, ela sempre teve problemas com o peso e diversos especialistas foram procurados.

A família não possui histórico de obesidade e depois de passar por inúmeras tentativas de tratamento, a família conseguiu com ajuda do conselho tutelar de Irati, a permissão para que a jovem fosse submetida a uma cirurgia bariátrica, já que uma portaria do Ministério da Saúde só permite que adolescentes a partir de 16 anos possam passar pelo procedimento.

O caso chamou a atenção por ser o único no Brasil com estas especificidades. A cirurgia foi realizada no Hospital do Rocio, em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba no início de dezembro e o procedimento foi feito por pequenos pontos por videolaparoscopia.

Paulo Nassif, cirurgião do aparelho digestivo e coordenador do serviço de cirurgia bariátrica e metabólica do Hospital do Rocio, foi quem realizou a operação e conta que a opção por este tipo de tratamento está relacionada a condição rara que a jovem possui.

Com deficiência nos receptores da saciedade, a criança chegou aos 200kgs, quando deveria ter apenas 80kg. No entanto, mesmo com a cirurgia, a mutação genética não foi curada e segue sem um tratamento específico. A criança está internada no hospital, onde uma equipe multidisciplinar presta assistência.

Ricardo Risson, médico Intensivista e coordenador da UTI do Rocio, explica que o atendimento humanizado foi adotado para tratar da paciente, que esta há 40 dias na instituição e antes da cirurgia perdeu 20kg. A proposta é evitar complicações, mas também proporcionar uma mudança de vida para a garota com todo apoio psicológico, familiar e clínico necessário.

Agora o tratamento da criança passa pela busca de medicamentos que possam auxiliar na busca pelo controle da saciedade e da compulsão alimentar desenvolvida pela criança. A expectativa, segundo os médicos é de que ela perca pelo menos 40% do seu peso corpóreo total nos próximos meses. A família terá que adaptar a casa para que ela possa ser reintroduzida a rotina normal. Por enquanto, só alimentação líquida no hospital e uma alta é estudada pelos especialistas, que avaliam as condições.