A Corregedoria Nacional do Ministério Público vai realizar, ao longo do mês de julho, correições extraordinárias em unidades ministeriais do Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O objetivo da ação é apurar o funcionamento e a regularidade dos serviços relacionados à Operação Lava Jato.

De 12 a 14 de julho, em Curitiba, as unidades da procuradoria ligadas às investigações da operação passarão pela correição. No Rio Grande do Sul, unidades da Procuradoria Regional da República da 4ª Região, com atuação junto à 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, responsáveis pela operação, também serão correicionadas.

No mesmo período, o processo será realizado no 8º ofício da Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro. A correição é um processo que apura possíveis falhas no setor. O corregedor designado visita a procuradoria e verifica o que pode estar incorreto. Depois, ações são realizadas para aprimorar possíveis questões que precisam ser solucionadas, no objetivo de melhorar o serviço.

O processo de correição acontece logo após o processo de auditoria realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entre 31 de maio a 2 de junho na 13ª Vara Federal de Curitiba e na 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Na época, o ministro Luis Felipe Salomão, que é corregedor do CNJ, decidiu investigar a atuação dos magistrados.

Dentre os locais que passaram por investigação, estava o gabinete do desembargador Marcelo Malucelli, que decidiu se afastar da relatoria dos processos da Lava Jato em abril, por se declarar suspeito. O filho dele, o advogado João Malucelli, é sócio do senador e ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil).

O processo de auditoria determinado pelo corregedor atende a um pedido de Eduardo Appio. O magistrado, que era coordenador da Operação Lava Jato, foi obrigado a sair do cargo após o TRF-4 constatar que houve tentativa do juiz de obter informações de maneira ilegal ao utilizar um número privado para ligar para o filho do desembargador Marcelo Malucelli.

Por meio de um telefonema, o magistrado teria se passado por um servidor da Justiça Federal para procurar informações sobre o advogado. Depois da ligação, realizada em abril, Malucelli, que é pai do advogado, pediu para deixar o caso. Ele entrou com uma ação contra Appio e a medida resultou no afastamento dele.