Na sessão desta quarta-feira não foi diferente, alguns deputados criticaram a proposta de reajuste, que será apresentada na reunião da assembleia geral da Copel, que acontece no fim deste mês. A companhia programa gastar cerca de R$ 400 mil reais a mais, por ano, com o pagamento dos nove membros do conselho de administração da Copel. O montante apresentado representa um reajuste de 62% nos salários e de 21% na remuneração total, que engloba benefícios e participação em comitês.

Segundo a Copel, não houve aumento, mas um remanejamento nas remunerações, já que o teto continua o mesmo desde 2019. A proposta prevê aumento para os conselheiros e, em contrapartida, altera a remuneração dos integrantes da diretoria e do conselho fiscal, que nesses casos terão uma redução de cerca de 4% para os diretores e quase de 8% % para os conselheiros fiscais.

Dos nove integrantes do conselho administrativo, quatro são indicações do governo do Estado, que é o principal acionista da Copel, um é indicado pelos funcionários da companhia e outros três pelos sócios minoritários.

A polêmica se deve ao fato que a empresa tem o governo do Estado como o principal acionista. Ainda segundo a proposta, a Copel pretende desembolsar um prêmio anual de mais de R$ 3 milhões, divididos entre sete diretores, o que daria aproximadamente R$ 430 mil, a mais, para cada um dos dirigentes. Esse valor, de acordo com a Copel, faz parte de um programa por desempenho que abrange todos os funcionários e está atrelado às metas de performance. Conforme a companhia, o valor do bônus será divulgado na assembleia geral.

A Oposição na Casa Legislativa disse que vai recorrer à justiça caso o reajuste e a bonificação sejam confirmados. Como ressaltou o deputado Soldado Fruet (PROS).

O parlamentar disse que quem paga essa conta são os paranaenses.

O líder da Oposição na Assembleia, deputado Arilson Chiorato, falou que a Copel vai dividir o lucro e não investe em melhorias.

Em nota a Copel informou que apresentou uma proposta de remuneração para os membros dos conselhos de administração e fiscal, além dos comitês estatutários, que englobam auditoria, desenvolvimento sustentável, investimento e acionistas minoritários, para manter a qualificação dos profissionais.

Conforme a companhia, a proposta não implica em aumento de custos, mas sim em remanejamento de recursos orçamentários. A proposição da Copel ainda será submetida à avaliação de todos os acionistas da empresa, em assembleia geral no fim do mês de abril.

A rádio CBN tentou ouvir o líder do Governo, na Assembleia Legislativa, para falar sobre essa polêmica, mas não conseguiu contato até o fim dessa edição.