A previsão era que seis testemunhas fossem ouvidas no Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), na manhã de depoimentos marcados para esta sexta-feira (15). No entanto, mais duas testemunhas da defesa deram seus depoimentos durante a manhã. No período da tarde, os integrantes do conselho vão ouvir mais uma testemunha da defesa e há a expectativa para que ocorra a oitiva da vereadora Maria Letícia (PV), que é a última a ser ouvida nessa fase da comissão.

Essa segunda reunião, assim como a primeira realizada na passada, foi fechada, sem possibilidade de transmissão nem aberta aos profissionais da imprensa. De acordo com o presidente do Conselho de Ética, vereador Dalton Borba (PDT), os depoimentos podem ferir a intimidade da vereadora, pois não se sabe o que as testemunhas podem falar durante as oitivas.

As reuniões do Conselho de Ética fazem parte de mais uma etapa do processo que trata do caso da parlamentar, que se envolveu em um acidente de trânsito na noite do dia 24 de novembro de 2023, no Centro de Curitiba.

O presidente do Conselho de Ética, vereador Dalton Borba (PDT), falou sobre a importância da veracidade dos depoimentos, realizados nesta manhã.

Os primeiros a depor foram os policiais. O investigador da Polícia Civil, Dirceu Alves Junior, que estava na delegacia prestou seu depoimento. O policial foi convocado na semana passada, mas não foi localizado, pois estava em período de férias. Também foi ouvido o policial militar Eduardo Miguel Fagundes. O tenente foi citado no depoimento da soldado Roberta Valéria de Jesus, durante a oitiva realizada na última sexta-feira (8). Em seguida, começam os depoimentos das testemunhas convocadas pela defesa.

O relator do Conselho de Ética, vereador Professor Euler (MDB) discordou da fala da defesa. Ele diz que não existem certezas sobre a ingestão de bebidas alcoólicas.

O professor ainda completou sobre as divergências nos depoimentos apresentados.


SAIBA MAIS:


No período da tarde, as oitivas continuam e mais uma testemunha arrolada pela defesa será ouvida, além da vereadora. O conselho espera ouvir ainda nesta sexta-feira a vereadora Maria Letícia. Porém, a parlamentar já tem uma audiência marcada na Vara de Delitos de Trânsito de Curitiba, às 16h. Portanto, ainda é uma incógnita o depoimento dela aos integrantes da comissão.

Advogado de defesa, Guilherme Gonçalves, afirmou a inocência da vereadora a partir dos laudos médicos, que apontaram que a vereadora bateu a cabeça no acidente.

Ele também comenta sobre as incoerências nos depoimentos dos policiais.

Na primeira reunião, ocorrida na sexta-feira da semana passada, dia 8 de março, eram esperadas quatro testemunhas que foram convocadas pelo relator. Contudo, apenas uma testemunha foi ouvida. Roberta Valéria de Jesus, soldado da Polícia Militar, que atendeu a ocorrência.

Entre os outros convocados pelo relator, um foi impedido de prestar depoimento. O policial militar Anderson Pereira, que também atendeu a ocorrência, entrou com um processo por danos morais contra a vereadora e por esse motivo não pôde ser ouvido pela comissão. Os outros dois não compareceram. Entre eles o dono do carro que estava estacionado e foi atingido pelo veículo da vereadora. Segundo informações do relator do processo no Conselho de Ética, vereador Professor Euler (MDB), o proprietário do veículo desistiu de prestar depoimento.

A vereadora trafegava na Alameda Augusto Stellfeld, na região central da cidade, quando bateu em um carro que estava estacionado. A descrição do boletim de ocorrência indicava que ela apresentava sinais de embriaguez, mas que se havia se recusado a fazer o teste do bafômetro. A vereadora foi encaminhada para a Delegacia de Delitos de Trânsito de Curitiba.

No processo que tramita no Conselho de Ética, estão sendo analisados três fatos: os indícios de que Maria Letícia estava sob efeito de álcool no dia do acidente, o fato de que a vereadora teria tentado fugir do local e a queixa de desacato aos policiais que atenderam a ocorrência.