Adilson Ganzert tem 42 anos, não nasceu na Ucrânia e nem tem descendência. É natural de Curitiba, passou a infância em Cascavel, no Oeste do Paraná, mas escolheu a cidade de Piraquara, na Região Metropolitana, para fixar moradia. É casado há 25 anos e tem quatro filhos. Trabalhava como vigilante quando o conflito entre Rússia e Ucrânia começou. Logo vieram as notícias de recrutamento de voluntários para reforçar as tropas da Ucrânia. Adilson não teve dúvidas. Largou emprego, deixou a família.

Passou os últimos quatro meses do ano passado no país, enfrentou baixas temperaturas, teve experiências de combate, aprendeu a se acostumar com os tiros, bombas, explosões, escuridão, silêncio total. Voltou para o Brasil. Aproveitou um tempo com a família, mas a sua missão ainda não tinha finalizado. Em março deste ano voltou à região do conflito. Hoje ele está na cidade de Bakhmut, no leste do país. O curitibano diz que se voluntariou por amor ao próximo.

Ele relata um cenário triste, de destruição, abandono na área de conflito.

Vídeos reprodução/arquivo de Adilson Ganzert

O risco à vida é constante. Medo. Insegurança.

Adilson explica que há cinco brigadas no país que aceitam estrangeiros voluntários. Ele lembra a morte de Antonio Hashitani, jovem de 25 anos, que trancou a faculdade de medicina na PUC-PR para ser voluntário das tropas ucranianas.

Imagens reprodução/arquivo de Adilson Ganzert

Ele relatou uma parte do que foi seu pior dia de batalha por lá. A tropa da Rússia chegou perto de onde ele outros combatentes estavam. Uma bomba foi jogada.

E, para acalmar o coração e diminuir as saudades da família, a tecnologia ajuda.

A meta é ficar por lá somente até outubro deste ano.