A preocupação de muitos comerciantes de Curitiba é a mesma: o comportamento dos clientes após a decisão de que não é mais obrigatória a utilização das máscaras de proteção em ambientes fechados da cidade.

O anúncio foi feito ainda na noite desta segunda-feira (28), pelo prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e pela secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak e começou a valer nesta terça-feira (29), dia do aniversário de 329 anos da capital paranaense.

Mas, no Centro da cidade, muitos comerciantes avaliam a medida como preocupante, pois, na Rua XV de Novembro, por exemplo, as lojas ficam lado a lado e, geralmente, a ventilação se dá tanto pelo uso de ar-condicionado quanto pela porta de entrada e saída que é a mesma.

Para a Milena Baur, comerciante há 12 anos na Praça Rui Barbosa, a liberação total das máscaras ainda não deveria acontecer.

Adriana Alves, comerciante há 24 anos, partilha da mesma opinião, pois, para ela, ainda não será possível saber quem está ou não infectado.

O médico infectologista Moacir Pires Ramos diz que o momento permite essa flexibilização, mas as autoridades de saúde devem manter a atenção para qualquer cenário que possa fazer a decisão ser revertida.

Conforme a prefeitura, a decisão foi tomada após a análise dos dados e com a pontuação da bandeira em Curitiba se mantendo em 1,43, menor que na semana anterior, quando estava em 1,63.

Apesar da decisão, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) recomenda a manutenção da utilização do equipamento de proteção por pessoas imunossuprimidas (aquelas que fazem tratamento de câncer, transplantadas, pacientes de diálise, entre outros) e por toda a população durante o uso transportes coletivos, táxis e carros de aplicativos.

Além disso, é recomendado também que o item seja utilizado em todos os espaços onde não for possível manter o distanciamento social.

ESCOLAS

A Prefeitura de Curitiba também informou que escolas que estejam dentro do município, mesmo aquelas particulares ou estaduais, devem seguir o decreto municipal, ou seja, da não obrigação do uso das máscaras por alunos, professores e funcionários. No entanto, o uso é facultativo para qualquer pessoa.

UNIVERSIDADES

A medida, no entanto, não atinge as universidades que, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) têm autonomia para tomar medidas sanitárias.

Sendo assim, o reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, informou que estudantes, funcionários e professores da instituição, devem continuar usando a máscara de proteção nos ambientes fechados. A medida foi tomada tanto pela decisão do STF, quanto pelo Comitê de Ciência da UFPR que decidiu pela manutenção do uso obrigatório do item nas dependências da universidade.