Em Curitiba, começou nesta segunda-feira (1°) o julgamento de Erik Busetti, delegado da Polícia Civil acusado de matar a esposa e a enteada em 2020. O julgamento acontece após o adiamento do júri em abril deste ano.

A expectativa é de que o julgamento dure até a próxima quarta-feira (3). Busetti chegou em um veículo da Polícia Penal por volta das 9h no Tribunal do Júri, na capital, e o julgamento já começou. A advogada de defesa, Aline Vasconcelos, diz que não houve feminicídio.

O acusado, de 49 anos, responde por duplo feminicídio com as qualificadoras de motivo torpe, impossibilidade de defesa das vítimas e crime cometido na frente de ascendente. A também advogada de defesa Carina Goiatá também defendeu que não houve feminicídio.

Na época, o delegado assassinou a esposa Maritza Guimarães de Souza, de 41 anos, que também atuava na Polícia Civil, e a filha dela, de 16 anos, dentro de casa no bairro Atuba. A ação foi gravada por câmeras de segurança internas da residência, instaladas pelos próprios moradores.

O julgamento estava previsto para abril, mas foi adiado para o início de julho após a defesa alegar que os vídeos foram anexados fora do prazo adequado para apresentação das provas. A assistente de acusação, Louise Mattar Assad, acredita que a condenação irá contemplar todas as qualificadoras.

O processo de investigação apontou que Erik efetuou sete disparos contra a esposa e seis contra a enteada, além de ter agredido a jovem. O motivo do crime seria um possível término do relacionamento de 10 anos que ele tinha com a delegada. O pai da enteada, Luis Eduardo Holz, defende a condenação.

O júri é composto por cinco homens e duas mulheres. Uma filha do casal, de 9 anos, estaria dormindo no quarto ao lado e teria ouvido os disparos. Erik Busetti a levou para casa de vizinhos antes de se entregar à polícia.

O delegado está preso desde que foi detido, em flagrante, na data do crime. Ele chegou a confessar os assassinatos para dois policiais militares que atenderam a ocorrência, segundo a acusação do Ministério Público do Paraná (MPPR), mas permaneceu em silêncio durante o interrogatório na delegacia.