Na madrugada do dia 22 de julho de 2018 o socorro foi acionado para atender uma vítima de queda em um prédio no Centro de Guarapuava, cidade da região centro-sul do Paraná. Pouco tempo depois o caso passou a ser tratado como feminicídio. Imagens de câmeras de segurança revelaram agressões de Luís Felipe Manvailer contra Tatiane Spitzner, no carro, estacionamento e elevador. Há a imagem da queda dela do 4º andar do prédio. Meses depois a perícia confirmou que Tatiane morreu por asfixia mecânica, causada por esganadura e com sinais de crueldade.

Em 2021, em júri popular que levou sete dias para ser finalizado, Luis Felipe Manvailer foi condenado a 31 anos, 9 meses e 18 dias de prisão. Tatiane Spitzner virou símbolo da luta contra o feminicídio.
Há cinco anos a família lida com a dor imensurável da perda, segundo Jorge Spitzner, pai de Tatiane.

O advogado Gustavo Scandelari, representante da família de Tatiane, fala que ainda há trabalho pela frente, apesar de já estarem satisfeitos com a condenação de Manvailer.

Para o advogado de defesa de Luís Felipe Manvailer, Claudio Dalledone, o julgamento já feito é nulo.

A cada quatro horas uma mulher é vítima de violência no Brasil. O dado é da Rede de Observatórios da Segurança. Só em 2022 o Paraná registrou 77 casos de feminicídio. Pelo Tribunal de Justiça do estado foram emitidos mais de 40 mil medidas protetivas de urgência no ano passado. Uma estatística que para a advogada Juliana Bertholdi, mestre em Direito e doutoranda em Justiça, Democracia e Direitos Humanos (PUC/PR), especialista em Direito Penal, é como uma faca de dois gumes.

Nestes cinco anos do caso de Tatiane Spitzner pouco mudou.

O legado de Tatiane segue vivo.