Duas pessoas foram presas na madrugada de segunda-feira (3) em uma abordagem da Guarda Municipal e da Polícia Militar após o evento de transmissão do Oscar, no Cine Passeio. Vídeos publicados nas redes sociais, feitos por pessoas que estavam na rua Riachuelo, mostram a utilização de bombas de efeito moral por parte das forças que – em posicionamento oficial – afirmam ter sido hostilizadas ao atender uma denúncia sobre um caso de pichação.
Os registros divulgados nas redes sociais por pessoas que estava na Riachuelo na madrugada do domingo para a segunda mostram a ação do Choque. Nas imagens, é possível ver policiais munidos de escudos e cassetetes e outros armados – um deles chega até a apontar a arma para a pessoa que registra a ação. É possível ainda ouvir cidadãos questionando o motivo da dispersão.
Em nota, a prefeitura de Curitiba informou que a abordagem realizada na madrugada da segunda-feira (3) não teve relação com o evento do Oscar no Cine Passeio, que “transcorreu sem maiores problemas”, segundo o município.
Conforme o posicionamento divulgado pela prefeitura, a Guarda foi acionada depois do evento, para atender uma denúncia anônima de pichação, e foi hostilizada durante essa abordagem. A nota relata que garrafas e outros objetos foram arremessados contra as equipes e, por isso, a Polícia Militar foi chamada para dispersar o grupo. Na ocasião, duas pessoas foram presas e encaminhadas para a Central de Flagrantes, da Polícia Civil.
Ainda na nota divulgada nesta segunda-feira (3), a prefeitura de Curitiba afirma que “apoia e incentiva eventos culturais de rua, mas não irá tolerar ações de vandalismo e desordem”.
Após a repercussão sobre o caso, o Movimento Contra a Perturbação do Sossego manifestou apoio às equipes da Guarda Municipal de Curitiba que atuaram na ocorrência e ao que avaliou como necessário “uso proporcional da força […] para conter condutas ilícitas, entre as quais perturbação do sossego e vandalismo”. O grupo ainda reforçou ser contrário a iniciativas de ocupação das ruas, calçadas e praças que, segundo ele, “avançam sobre os direitos dos munícipes ao sossego e à ordem pública sob pretexto de promoverem a diversão, o turismo, o entretenimento, a gastronomia e a cultura”.
Por outro lado, num manifesto divulgado nesta segunda, os blocos de Carnaval de Curitiba classificaram o caso como “triste episódio de violência institucional e repressão”, com uso de força desproporcional e injustificada. Para os representantes dos blocos, ação policial da madrugada da segunda-feira “evidencia uma tentativa deliberada de criminalização da cultura e da ocupação livre do espaço urbano” e afirmam não aceitar que “nossas manifestações culturais sejam tratadas como distúrbio”.








