Criada em 1938, a chamada “Ração Essencial Mínima”, popularmente conhecida como cesta básica tem 13 itens alimentícios descritos como essenciais para uma alimentação com o mínimo necessário para a sobrevivência da população. Após 85 anos, o governo federal anunciou que deve fazer uma atualização nos alimentos que compõem a cesta básica.

De acordo com um estudo publicado em 2020 pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolvido por pesquisadores de Guarapuava, a cesta de alimentos é composta hoje por treze itens alimentares: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes (tomate), pão francês, café em pó, frutas (banana), açúcar, óleo e manteiga. Apesar da diversidade de insumos, a qualidade nutricional deles não corresponde ao que é necessário para a alimentação balanceada de um cidadão. Conforme o estudo, em relação aos macronutrientes, “a média das Cestas Básicas encontradas é composta por 70,54% de carboidratos, 14,12% de proteínas e 15,32% de lipídeos”.

Um estudo publicado pela UFPR mostra uma defasagem no que é regulamentado hoje como a cesta básica de alimentos no país. Valter Campanato/Agência Brasil.

Os carboidratos estão 5,54% acima do percentual máximo recomendado e os lipídios 9,68% abaixo do limite mínimo preconizado. Para Erick Zaze, nutricionista do Hospital Marcelino Champagnat, a cesta básica como conhecemos está atrelada às necessidades da época em que foi criada, nos anos 40.

Erick Zaze: “Cesta básica está defasada”. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

De acordo com o especialista, não seria necessário aumentar o número de itens básicos da cesta para melhorar a condição nutricional, mas sim fazer substituições inteligentes.

Especialista sugere revisões nos itens da cesta básica. Foto: Ricardo Marajó/SMCS.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou que está estudando, com a ajuda de nutricionistas e da academia, qual é o modelo de cesta básica necessário para uma nutrição não só de quantidade, mas de qualidade suficiente.