A tragédia no Rio Grande do Sul e o pedido de ajuda ao governo federal levaram às mais esdrúxulas discussões nas redes sociais.

Surgiram falas assim: Ah! O povo do Rio Grande do Sul votou no Bolsonaro e muitos lá são favoráveis ao Estado mínimo, mas agora estão pedindo ajuda ao governo federal.

Ouvi outra mensagem assim: se na próxima tragédia os gaúchos estiverem pregando o Estado mínimo, eles que se virem sozinhos.

Na pandemia do coronavírus, com gente morrendo, Lula fez em vídeo uma das piores falas de sua vida. Ele disse: “ainda bem que a natureza trouxe o coronavírus para mostrar que somente um Estado forte é capaz de enfrentar esse tipo de catástrofe”.

Ou seja, ele estava ali defendendo um Estado grande e em outro vídeo declarou que o melhor modelo de Estado é o da China, um país comunista.

Pois bem, o Estado e as estruturas de poder são criados e sustentados pela sociedade com o dinheiro dos impostos para defender a população contra ameaças e fontes de sofrimento coletivos que escapam à capacidade individual de solução e exigem solução coletiva, como é caso de agressões externas, catástrofes naturais, epidemias, colapsos de abastecimento e outras tantas.
Ora, problemas coletivos, como uma pandemia, requerem solução coletiva. Não há como cada pessoa possa resolver seu problema isoladamente.

A ideia de tirar o governo de atividades que podem ser desenvolvidas pelos indivíduos, pelas empresas e pelo mercado é justamente para dar ao Estado e ao governo maior capacidade para atuar em males que exigem solução coletiva, onde o governo é necessário.

Ademais, não importa em quem uma comunidade vota e em quem não vota, se todos pagam os impostos igualmente, todos têm direito aos mesmos serviços públicos.

Não há que confundir o Estado (no sentido de entidade pública) com a figura do governante de plantão. O dinheiro não é do governante nem de seu partido, é do povo do país inteiro.

Uma prova de que o governo que se mete em tudo acaba sendo fraco é o fato de que o governo federal não repassou todo o dinheiro prometido ao Rio Grande do Sul após a tragédia causada pelas chuvas do ano passado. Está em todos os jornais: um terço dos recursos que o governo federal prometeu ao Rio Grande do Sul no ano passado não foi repassado.

Por fim, o debate honesto pressupõe conhecimento e estudo do problema. É isso!