Os casos confirmados de dengue no estado Paraná aumentaram 424% em um ano, segundo números divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Os números comparam os boletins epidemiológicos emitidos em 16 de janeiro deste ano e 17 de janeiro do ano passado.

O Paraná registra 12,7 mil casos da doença acumulados desde o início do período epidemiológico, que começou em agosto. O estado registrou um óbito em todo o período. Em janeiro de 2023, a quantidade de casos de contaminação havia atingido o índice de 2,4 mil, número bastante inferior no comparativo com os indicadores atuais.

Em comparação com o boletim anterior, divulgado em 9 de janeiro, o Paraná teve um registro de cerca de 3,5 mil ocorrências da doença, saltando de 9,1 mil para 12,7 mil casos. A quantidade de casos autóctones, que são aqueles os quais a doença é adquirida no próprio estado, é de 11,2 mil.

O secretário de Estado de Saúde, Beto Preto, em entrevista à CBN Curitiba no dia 10 de janeiro, explicou que os casos de dengue têm apresentado alta, inclusive em períodos atípicos, como nos meses mais frios. Essa quantidade de ocorrências é alvo de alerta por parte das autoridades.

A quantidade de municípios notificados também registrou alta em um ano. Em janeiro de 2023, 221 cidades tinham ocorrências de dengue confirmadas. Um ano depois, em 2024, o número chegou a 271, representando uma alta de 22%, segundo os boletins epidemiológicos da pasta. O secretário falou das ações realizadas para tentar diminuir os índices.

As regiões com a maior incidência de dengue são o oeste, noroeste, norte e litoral paranaense. As cidades com maior risco climático para a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, responsável por transmitir não apenas a dengue, mas também doenças como zika e chikungunya, são Paranaguá e Guaratuba.

A região metropolitana de Curitiba registrou 80 caos confirmados de dengue. O diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde da prefeitura de Curitiba, Alcides Oliveira, destacou que a chuva e o aumento da temperatura fomentam o risco da doença e é preciso se proteger.

O especialista alertou para os cuidados dentro de casa, como evitar entulho, não manter reservatório de água com a tampa aberta, colocar garrafas com a boca para baixo e manter a limpeza do terreno periodicamente. Medidas sanitárias como essas podem diminuir a quantidade de mosquitos e a chance de contaminação.

Diante da escalada de casos de dengue no Paraná, a Secretaria de Estado de Saúde realizou, na semana passada, uma reunião entre gestores municipais e técnicos de vigilância epidemiológica para discutir ações e atualizar a situação da doença no estado. O debate discutiu estratégias de controle e orientações para cuidados com pacientes.

O Paraná também registrou alta nos casos de chikungunya. Em janeiro de 2023, eram cinco ocorrências. Neste ano, o índice saltou para 44 casos confirmados, indicando uma alta de 780%. Já com relação à zika, em nenhum dos dois boletins epidemiológicos o estado contabilizou casos da doença.