Após uma semana do assassinato ocorrido dentro de um ônibus biarticulado em Curitiba, o homem acusado pelo crime segue preso. Ele responde ainda por outras duas mortes. Segundo a Polícia Civil, o homem foi preso em flagrante após matar a terceira vítima.

O suspeito já cumpria pena por diversos crimes no regime semiaberto, com o uso de tornozeleira eletrônica. Ele é condenado por assassinar uma quarta pessoa nos anos 2.000.

Neste mês de junho, segundo a chefe da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, Camila Cecconello, o homem teria cometido um feminicídio contra a namorada.

Apesar do pedido de prisão contra o criminoso e o monitoramento por tornozeleira estar funcionando, ele não foi encontrado. Jean Muksen advogado do Grupo Dignidade, assistente de acusação e defensor do casal LGBTI+, que sofreu o caso de ameaças e xingamentos no ônibus, em que uma das vítimas fatais foi morta, chama atenção para um detalhe que poderia ter salvo ao menos duas pessoas atacadas.

Na linha do tempo dos crimes:

o acusado foi solto em regime semiaberto em 17 de novembro de 2023, após cumprir parte da pena na qual foi condenado por homicídio, associação criminosa e roubo.

Depois, no dia 6 de junho de 2024, ele teria matado sua então companheira.

No dia 7 foi expedido pela Polícia Civil um pedido para a Justiça para a prisão do suspeito.

No dia 10 de junho ele teve registros de violação do regime semiaberto, mas sem que a informação fizesse com que os órgãos responsáveis buscassem explicações para a falta no uso da tornozeleira eletrônica ou que houvesse a regressão para o regime fechado.

No dia 16 de junho, o homem matou uma pessoa em situação de rua em uma praça central de Curitiba, com a ajuda do sobrinho de 17 anos.

Ainda no dia 16, cerca de uma hora depois, ele entra no ônibus biarticulado Santa Cândida/ Capão Raso, comete o crime de LGBTFobia contra um casal. Oziel Branques dos Santos tenta inferir e é assassinado a golpes de faca. O suspeito e o sobrinho fogem, mas são presos em flagrante pela Polícia Militar.

O Ministério Público do Paraná (MPPR) deve apresentar a denúncia para a Justiça ainda nesta semana sobre os dois casos do dia 16 de junho. O advogado do Grupo Dignidade afirma que busca que a qualificadora de LGBTFobia, que foi equiparado ao crime de racismo, seja inclusa na acusação.

Ainda sobre o esse caso, a 7ª Marcha da Diversidade deve realizar uma homenagem a Oziel Branques dos Santos em seu palco principal. A iniciativa quer exaltar a atitude de defender duas pessoas LGBTI+ do criminoso.