A automedicação de remédios antimicrobianos para tratamento de diferentes sintomas pode gerar resistência do corpo ao tratamento, além de ser ineficaz para a cura. O alerta é do Conselho Regional de Farmácia do Paraná em alusão ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, lembrado neste domingo (05).

Segundo levantamento, a venda de antimicrobianos no Paraná subiu de 5,5 milhões em 2021 para 7,7 milhões em 2022 e ficou em 6,8 milhões no ano passado. As vendas em farmácias são aceitas com receitas médicas, com contenção da receita em alguns casos justamente para evitar o uso indiscriminado.

A farmacêutica gerente do Centro de Informação sobre Medicamentos do CRF, Karin Zaros, explicou que o uso errado dos medicamentos pode levar à necessidade de tratamento com remédios hospitalares.

Também segundo alerta do conselho, o abuso nessa classe de medicamento aumentou principalmente a partir da pandemia, quando houve um grande aumento nas vendas da azitromicina, antibiótico que chegou a ser defendido como tratamento para Covid-19, mas que não recebeu comprovação médica.

O uso incorreto dos medicamentos também pode levar ao prolongamento de uma doença e inclusive aumentar custos para o paciente e o setor da saúde.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), define uma série de diretrizes para aplicação correta dos antimicrobianos pelos médicos. A recomendação é de que os pacientes passem por exames que comprovem as características necessárias para o uso desse tipo de remédio.

Além disso, a campanha para o uso racional também busca orientar a população sobre o descarte correto dos medicamentos, já que as substâncias utilizadas também são tóxicas para o meio ambiente.

De acordo com o Ministério da Saúde, a associação de antimicrobianos é indicada em infecções graves, na prevenção à resistência de microrganismos e na seleção de cepas resistentes no hospital e para prevenir algumas infecções. Todas as indicações devem ser avaliadas pelo profissional de saúde.