A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu uma nota de repúdio após o presidente Jair Bolsonaro voltar a criticar a vacinação de crianças, entre 05 e 11 anos, contra a Covid-19 e atacar os profissionais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que aprovaram a imunização.

Na ocasião, Bolsonaro questionou a Anvisa e disse que os profissionais que aprovaram a imunização das crianças são “tarados por vacinas”. O presidente ainda disse que a filha, de 11 anos, não vai ser vacinada contra a Covid-19.

De acordo com a nota da Sociedade Brasileira de Pediatria, a população não deve temer a vacina, mas, sim, a doença que ela busca prevenir, bem como suas complicações, como a Covid longa e a Síndrome Inflamatória Multissistêmica, manifestações que consolidam a necessidade da imunização do público infantil.

A nota diz ainda que o acesso das crianças à vacina contra o novo coronavírus é um direito que deve ser assegurado, o qual conta com o apoio da maioria dos brasileiros e que a vacinação desse público é estratégia importante para reduzir o número de mortes por conta da Covid-19 nessa faixa etária, no Brasil, cujos indicadores são mais expressivos do que em outras nações.

Em entrevista recente à CBN Curitiba, o presidente da Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP), Victor Horácio de Souza Costa Júnior, afirmou que a vacinação das crianças é importante para frear o aumento no número de casos do novo coronavírus.

Victor Horácio de Souza Costa Júnior ressaltou ainda que a vacina traz muito mais benefícios do que reações adversas que representam um número muito pequeno de pacientes.

A especialista do Hospital Pequeno Príncipe, Heloisa Giamberardino, também defendeu a imunização das crianças entre 05 e 11 anos e lembrou que, desde o início da pandemia, 301 crianças nesta faixa etária já morreram por complicações da doença.

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa), desde o início da pandemia do novo coronavírus, 61.634 crianças, entre zero e nove anos de idade, já foram diagnosticadas com a doença. Desse total, 39 morreram por complicações do vírus.