O Corpo de Bombeiros do Paraná abriu um processo de investigação para apurar a conduta do capitão da corporação preso suspeito de furtar itens de um armazém da Defesa Civil, onde estavam produtos que seriam doados para o Rio Grande do Sul. O caso aconteceu na quinta-feira (30), em Curitiba.

Ele teria sido flagrado furtando engradados de energético do depósito de doações para o estado gaúcho, localizado em Piraquara, na Região Metropolitana da capital paranaense. O militar foi preso junto do tio, que seria proprietário de uma distribuidora de bebidas.

Os agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público teriam identificado o capitão dos Bombeiros descarregando o material na distribuidora, quando foi efetuada a prisão.

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O depósito em questão era cedido à Defesa Civil, órgão no qual o militar estava alocado há dois anos. Além de energéticos, foram encontradas roupas, eletrônicos, instrumentos musicais e produtos doados pela Receita Federal.

O promotor de Justiça, Felipe Lamarão de Paula Soares, que atua no Gaeco, disse que a força-tarefa chegou até o suspeito após denúncias anônimas. Ele explicou como foi efetuada a abordagem que culminou na prisão em flagrante do militar.

A equipe do Ministério Público teria ainda obtido denúncias de que o capitão estaria comercializando os produtos desviados também pela internet. Na distribuidora onde estavam as bebidas foi determinada a prisão do proprietário do local, que é parente do militar.

O capitão teria ainda acesso a outro galpão, localizado em Curitiba, de onde também teria furtado outros produtos, segundo o Gaeco. O militar do Corpo de Bombeiros deve responder por peculato. O tio dele pode responder por receptação.

Por meio de nota, o governo do Paraná informou que os materiais apreendidos não tinham relação com a campanha de arrecadação de donativos do estado para o Rio Grande do Sul. Segundo o Executivo, as doações estavam concentradas em outro depósito.

O governo estadual disse ainda que foram adotados os procedimentos legais previstos no Código Penal Militar. O capitão pode ser expulso da corporação caso seja identificada a autoria do crime. Por fim, o Executivo afirmou que o caso não representa o serviço prestado pelo Corpo de Bombeiros à sociedade.