O boletim semanal do Deral, o Departamento de Economia Rural, mostra que as baixas temperaturas e geadas desta semana em todo o Paraná não provocaram perdas expressivas na agricultura.

Apesar da preocupação que a queda na temperatura traz aos produtores, especialmente em relação à segunda safra de feijão e de milho, ela também pode ter efeitos benéficos, segundo o Deral.

O trigo, por exemplo, está com 46% da área semeada, mas as lavouras ainda não chegaram em estágio crítico para o frio. A atual onda favorece a aclimatação e estimula o perfilhamento.

Além disso, temperaturas negativas controlam a população de insetos e plantas que poderiam prejudicar o cereal. Nesse caso, a geada contribui para a redução no uso de produtos de combate às pragas, o que se torna importante para os triticultores em um momento em que os custos de produção continuam em patamares elevados.

No caso da segunda safra de milho, a não formação de geada relevante em regiões produtoras, durante a semana, descarta cenário de perdas neste momento. Com a expectativa de que a temperatura se eleve nos próximos dias, as geadas também ficam descartadas. A maioria das lavouras, 55% da área, está em fase de frutificação, com condições boas em 87% delas.

Para o feijão, os primeiros informes são de que as geadas ainda não foram tão fortes a ponto de causarem perdas expressivas. Com isso, está mantida a última projeção do Deral de se produzir 605 mil toneladas em 301 mil hectares. A alteração que se percebe, para esta segunda safra, é que o feijão-preto ganhou mais espaço em relação ao tipo cores, devido aos preços convidativos do início do ano.