Em 2023 mais de uma dezena de feminicídios foram registrados no Paraná. Situações que são comuns, mas pouco registradas em Boletins de Ocorrência na delegacia. Em alguns casos, como o da mestre em Jiu Jitsu, Ericka Almeida, a violência começa aos poucos. Ela foi vítima durante 10 anos, em um relacionamento abusivo que terminou com agressão física e o medo de ser morta.

“Meu agressor não é culpado perante a lei” – Ericka Almeida. Vídeo: Marinna Prota.

A maior dificuldade, de acordo com Ericka, é acreditar na condenação dos agressores, que em algumas situações acabam saindo impunes.

Durante a audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Paraná, nesta segunda-feira (10), a Bancada Feminina da casa discutiu métodos de apoio às mulheres e de conscientização da sociedade, como ressalta a deputada Flávia Francischini (União).

De acordo com o Ministério Público do Paraná, foram 274 feminicídios no ano passado. As denúncias de violência doméstica chegaram a quase 44 mil. Segundo Leandre Dal Ponte, secretária da Mulher e Igualdade Racial do Paraná (SEMI), o número de registros de violência contra a mulher aumentou 30% em 2022 e mostra que as vítimas têm buscado ajuda, por isso é preciso reforçar as políticas públicas de acolhimento delas.

A secretária ainda pontuou que o aparato utilizado para o atendimento especializado conta com 21 delegacias da mulher espalhadas pelo Paraná, a Patrulha Maria da Penha, dentro da Polícia Militar e a Casa da Mulher Brasileira, em Curitiba.