O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Paraná indicou que o aumento do salário mínimo regional previsto para esse ano deve ser menor que o reajuste aplicado no mínimo nacional. Desde 1º de janeiro, o salário mínimo para o país passou a ser de R$ 1.412. O aumento real chegou a 5,77%, em uma alta de 6,97%, contando com a inflação.

No Paraná, o salário mínimo é regional e definido por quatro faixas independentes. Uma negociação entre o governo estadual e sindicatos patronais deve apontar quais as remunerações para este ano. Para o economista do Dieese, Sandro Silva, esse aumento, que precisa passar pelo Conselho Estadual do Trabalho e pela Assembleia Legislativa, não terá o mesmo ganho que o registrado no Brasil.

Ele explicou ainda que o governo federal aumentou a política de reajuste para o mínimo. Antes, o aumento levava em consideração apenas a perda inflacionária. Desde o ano passado, a ideia é manter o reajuste acima do índice, o que acaba gerando um ganho real para as pessoas.

Para o caso do Paraná, o cálculo é realizado de maneira específica. No ano passado, houve uma mudança na maneira como o salário mínimo regional é definido. O modelo, válido para os próximos quatro anos, prevê que o índice da inflação seja considerado apenas para a diferença entre o que é pago do regional para o nacional. Os sindicatos patronais defendem que o salário mínimo paranaense é superior ao brasileiro e que a diferença precisa reduzir.


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O Dieese indicou que, no Brasil, o novo salário mínimo deve injetar R$ 69,9 bilhões na renda dos brasileiros. Além disso, apontou que R$ 37,7 bilhões devem ser aplicados na arrecadação tributária anual. Os números do Paraná ainda dependem da divulgação do novo piso regional. Para o economista Claudio Shimoyama, o reajuste previsto pelo governo federal deve ajudar o trabalhador.

Para o professor, a ideia é de que o ganho real no salário mínimo nacional, que no caso do Paraná é repassado para pensões e pagamentos como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), deve movimentar a economia por meio do pagamento de dívidas e compras.

Nas ruas de Curitiba, o aumento do salário mínimo é visto como algo bom para quem ganha a remuneração no padrão nacional. É o caso de Carmen Lúcia Alano, que atua com serviços gerais. Para ela, o reajuste é importante. Na opinião dela, é a oportunidade de aumentar a renda.

Mas nem todos estão otimistas. Para quem é aposentado, o índice de reajuste contempla apenas a perda da inflação. Para a Maria Novaes, que já parou de trabalhar, o aumento do valor é bastante inferior se comparado à contribuição paga por ela ao longo dos anos.

No Paraná, o salário mínimo regional varia de R$ 1.749 a R$ 2.017 e é estipulado levando em consideração o desenvolvimento do estado. Ele não se aplica para quem recebe remuneração definida em lei federal, convenção, acordo coletivo de trabalho ou servidores públicos.