O lateral-direito Marcinho, de 25 anos, não é mais jogador do Athletico. O acordo válido até abril de 2025 foi rescindido nesta terça-feira (12). Por outro lado, o rubro-negro anunciou a contratação mais cara da história do clube, a do atacante Vitor Roque (foto), de 17 anos, que pertencia ao Cruzeiro, por R$ 24 milhões. Antes, o valor mais alto envolvia outro recém-chegado, o meia-atacante uruguaio Agustín Cannobio, de 23 anos, que veio do Peñarol de Montevidéu, no dia 30 passado: cerca de R$ 15 milhões.

Marcinho estava afastado do elenco desde fevereiro, por ordem do presidente atleticano Mario Celso Petraglia. As tentativas de emprestá-lo (a mais recente para o Internacional, na semana passada) esbarraram na alta rejeição das torcidas pelo fato de o jogador ter atropelou um casal, em dezembro de 2020, no Rio de Janeiro. O casal morreu e o lateral-direito responde, em liberdade, por homicídio culposo.

Já o alto valor pago por Vitor Roque, que assinou por cinco temporadas com o Athletico, deve-se a multa rescisória estabelecida no contrato com o Cruzeiro. O vínculo iria até 2025. O atacante de 17 anos estreou em outubro como profissional, lançado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo. Neste ano, já sob orientação do treinador Paulo Pezzolano, Vitor Roque disputou 11 jogos e marcou seis gols.

A transferência foi mal recebida no Cruzeiro porque, segundo a diretoria, já havia uma conversa para a renovação do acordo. Através de nota oficial, o clube mineiro acusou Alexandre Mattos, CEO de Negócios de Futebol e Áreas Nacional e Internacional do Athletico, de usar informações privilegiadas nesta transação. Mattos, que já foi diretor do Cruzeiro, rebateu durante uma entrevista para a Rádio 98, de Belo Horizonte, afirmando que o clube mineiro havia pedido por Vitor Roque R$ 40 milhões e o empréstimo de dois jogadores, mas que o rubro-negro soube do valor da multa (R$ 24 milhões) e, dentro da lei, pagou a rescisão de forma unilateral. Dois jogadores atleticanos (o zagueiro Zé Ivaldo e o atacante Jajá) foram emprestados até novembro para o Cruzeiro, em negociações à parte.

Sobre o mesmo tema também se manifestou Mario Celso Petraglia. Entrevistado pela Rádio Itatiaia, também da capital mineira, Petraglia disse que Ronaldo Nazário, proprietário do Cruzeiro, havia estabelecido o valor de R$ 17 milhões pelo jogador. Porém, com esta quantia o Athletico ficaria com apenas 45% dos direitos econômicos de Vitor Roque, o percentual do Cruzeiro. Outros 35% pertenciam ao América mineiro e 15% a família do jogador.

Agora, o Athletico detém 100% dos direitos. Mas o Cruzeiro pretende ir a Justiça.