A proposição que pretende proibir o uso da linguagem neutra pela administração estadual começou a ser debatido, na reunião da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Paraná, nesta quarta-feira (13).

A linguagem neutra, também conhecida como não-binária, compreende o uso de uma terceira letra além do A e do O no final das palavras para evitar definição de gênero masculino ou feminino, o que gera alterações ortográficas nas palavras.

A proposta conseguiu parecer favorável do relator, mas recebeu um pedido de vista e a votação foi adiada. Segundo o relator, a linguagem de gênero não faz parte na gramática oficial do país e não deve ser utilizada.

Se aprovado, o projeto de lei quer proibir a aplicação da neutralidade de gênero nas instituições de ensino mantidas pelo Estado do Paraná, em bancas examinadoras de concursos e seleções realizadas ou contratadas pelo poder estadual, também prevê a proibição da linguagem em campanhas de publicidade institucional, informativos, circulares, e-mails, memorandos, documentos oficiais, currículos escolares, editais, provas e exames.

O professor Jorge Feldens, mestre em linguística aplicada e supervisor do Núcleo de Pesquisa e Extensão do UniCuritiba, afirma que a língua sofre alterações ao logo do tempo.

Existem regras na língua portuguesa que são apenas gramaticais e não têm relação com identificação de gênero, conforme Jorge Feldens.

De acordo com o professor Jorge Feldens, neste momento não faz sentido a proibição do uso da linguagem neutra, mas ressalta que a discussão é válida.

Na próxima quarta-feira (20) a proposta volta a ser analisada na Comissão de Educação.