A onda de assaltos violentos a ônibus teve uma escalada no fim do ano passado, segundo relatos da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados do Paraná e Santa Catarina (Fepasc). Os assaltos acontecem na rodovia estadual PR 317, estrada que liga as regiões Norte e Noroeste do Paraná até a divisa com o estado de São Paulo. O alvo dos assaltantes são ônibus que chegam ou saem de Foz do Iguaçu, especialmente os que levam e trazem passageiros que fazem compras em São Paulo e também na fronteira.

Os assaltantes são conhecidos como “piratas do asfalto”, pois estão dominando trechos das estradas para praticar roubos.

Ao todo, já foram registrados 11 assaltos na região, como destacou o diretor da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros, Thadeu Castello Branco e Silva.

Motoristas das empresas Viação Garcia e Brasil Sul relataram que os veículos são interceptados com tiros. Um motorista, assaltado na madrugada do dia 9 de fevereiro, há pouco mais de um mês, relatou que os bandidos atiraram no pneu do veículo para obrigá-lo a parar.

De acordo com os motoristas de ônibus, os criminosos agem sempre do mesmo modo, primeiro emparelham um carro com o coletivo, disparam tiros para cima e obrigam a parar. Em seguida, entram na cabine com ameaças, muitas vezes já com agressões, e impõem que o motorista saia da rodovia para entrar em alguma estrada vicinal. Local onde o ônibus é parado para os assaltantes roubarem pertences e dinheiro de passageiros, além de levarem todas as bagagens.

Os relatados dos motoristas abordados são todos muito parecidos, as ações são sempre seguidos de muita violência, com ofensas, intimidações, tapas e socos desferidos contra os condutores para que eles fechem as portas do ônibus com rapidez, acelerem ou forneçam informações sobre os objetos que estão no bagageiro. Passageiros também são ameaçados e têm malas, dinheiro e compras levadas pelos bandidos.

Segundo o diretor da Fepasc, esse tipo de ação pode resultar em uma tragédia.

Thadeu Castello Branco afirmou que é preciso ações mais direcionadas das forças de segurança do estado.

Para o diretor da Fepasc os assaltantes agem como uma espécie de milícia, que domina a região.

Thadeu Castello Branco destacou que é preciso unir esforços para acabar com esse tipo de assalto.

Conforme a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados do Paraná e Santa Catarina, entre as companhias que operam as linhas de ônibus e fazem fretamentos o sentimento é de absoluta insegurança.

A CBN Curitiba entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) para saber o que pode ser feito pelas forças de segurança do estado para acabar com as ações dos assaltantes, mas foi direcionada a falar com a Polícia Militar. A CBN também entrou em contato com a corporação e aguarda retorno sobre essas ocorrências nas regiões Norte e Noroeste do Paraná e o que pode ser feito para evitar essas situações.