O Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) é referência na medição e acompanhamento da incidência de raios no Brasil. De acordo com um levantamento feito pelos especialistas, a cidade de Antonina é a número um quando o assunto são descargas atmosféricas no estado.

Por ano é registrada uma densidade de descargas de 8,54 raios por km² no município litorâneo. Já a capital paranaense, de acordo com os dados do ELAT, fica na posição 223 quando o assunto é incidência de raios, com uma média de 4,78 por km² ao ano.

Segundo o meteorologista do Simepar, Fernando Gomes, a disponibilidade de calor e umidade na atmosfera está diretamente ligada à formação de temporais com raios, por isso Antonina é a cidade com maior incidência deste fenômeno.

Na segunda-feira (11) em Santo Antônio da Platina, no interior do estado, um atleta de 21 anos, Caio Henrique de Lima Gonçalves, participava de uma partida pela Copa Regional de Futebol Amador, quando foi atingido por um raio e morreu.

Outros quatro jogadores também ficaram feridos. A cidade tem uma incidência de 5,04 raios por km² por ano, de acordo com o ELAT e está na posição 157 no ranking estadual de incidência.

Esse fenômeno causou, entre os anos de 2.000 e 2.019, 114 mortes no Paraná, matando 26% das pessoas em áreas rurais e outros 6% dentro de campos de futebol em áreas abertas.

Os especialistas indicam que nos dias em que há a previsão de tempestades com raios os cuidados devem ser redobrados e as pessoas devem evitar contato com objetos metálicos, como cercas de arame, tubos metálicos e principalmente linhas telefônicas ou elétricas. Buscar abrigo e ficar longe de locais como campos abertos, piscinas, lagos, praias, árvores isoladas, postes e regiões mais elevadas.

A indicação do Corpo de Bombeiros é para que as pessoas sempre que possível se abriguem em edificações, como ressalta a capitã Luisiana Guimarães.