A pesquisa é do curso de economia da PUC PR e mostra ainda que o Índice de Inflação da Cesta Básica volta a ficar acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), algo que não ocorria desde outubro do ano passado. Até o segundo mês de 2022, o IPCA teve alta de 13,17% na capital paranaense.
Segundo levantamento do Clique Economia, serviço da Prefeitura de Curitiba realizado na última semana, a variação de preços de gêneros alimentícios que compõem a cesta básica chega a 51,49% de um estabelecimento para outro na capital.
O levantamento compreende: óleo de soja, arroz parboilizado, leite longa vida integral, carne bovina, feijão preto, açúcar refinado, farinha de trigo, café e manteiga extra com sal.
O aumento não é visto só aqui na cidade. É um problema mundial. O Índice de Preços dos Alimentos (FFPI) da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) vinha subindo em 2021 e acelerou o aumento em 2022. Os dados indicam que o preço dos alimentos em fevereiro deste ano era o mais alto em cerca de 100 anos, sendo superado apenas pelo preço dos alimentos na época da 1ª Guerra Mundial e da pandemia da Influenza, entre 1915-1920.
De acordo com o economista Daniel Poit, a forte alta decorre do aumento dos custos de insumos e do combustível para transporte.
E nem os Sacolões da Família de Curitiba conseguiram segurar sem reajuste. Desde o último sábado (19) o preço único do quilo das frutas e verduras passou de R$ 2,89 para R$ 3,69. Segundo a Prefeitura o valor representa menos da metade do preço médio aplicado nos mercados convencionais para hortifrútis.
Segundo Luiz Maskow, Coordenador Técnico do Departamento de Operação Agroalimentar da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, o novo valor é necessário para repor parte das perdas dos permissionários decorrente de altas nos preços de hortifrútis de até 325%. Substituição é palavra-chave neste momento.
Quem aproveitou o preço baixo do Sacolão da Família na Rui Barbosa nesta quarta-feira (23) foi a Claudia Yamamura. Ela contou que sempre vai comprar os produtos, pois os preços são muito altos nos supermercados da região.
Teve quem ficou sabendo da possibilidade e correu aproveitar. Simone Pamplona foi ao Sacolão pela primeira vez, motivada pela economia.
Janderson Martins gerente de um mercado pequeno da região do centro da capital disse que para quem compra e revende os alimentos está complicado também fechar a conta.
A Margite Freiesleben saiu do sacolão e foi ao mercado buscar outros produtos. A receita dela também está em pesquisar.