Um novo mandado de prisão preventiva foi expedido na tarde desta terça-feira (21) contra o doleiro Alberto Youssef. Na segunda-feira, o doleiro foi preso. Nesta terça ele conseguiu um habeas corpus e agora, mais para o fim da tarde de terça, um novo mandado de prisão foi expedido.

Contextualizando
Youssef foi preso na segunda-feira, por ordem do juiz Eduardo Appio, que assumiu os casos da Lava Jato em Curitiba.

A decisão foi tomada após o juiz revogar a suspensão de um processo veiculado a Receita Federal. Youssef estava em liberdade condicional após assinar um acordo de delação premiada para o então juiz Sergio Moro, no qual relatou como funcionava parte do esquema de pagamento de propina e desvio de dinheiro público.

De acordo com o despacho de ontem, o juiz entendeu que o acordo de delação premiada não poderia suspender o processo de investigação da Receita Federal por 10 anos, conforme prevê uma das condições do aceite do Ministério Público Federal (MPF). O juiz diz que Youssef é investigado em 28 processos e 13 deles estariam suspensos em razão do acordo.

Mas, na tarde desta terça-feira, o juiz federal Marcelo Malucelli, de segunda instância, revogou a prisão, por considerar ilegal a decretação da prisão preventiva de ofício.

Mas, logo depois, o juiz Eduardo Appio, emitiu um novo mandado de prisão afirmando que surgiram “seríssimos indícios de que Alberto Youssef tenha sonegado das autoridades judiciais e fiscais a verdadeira posse e propriedade dos prédios edificados no município de Balneários de Itapoá/ SC” e que “o investigado estaria envolvido em novas práticas delitivas, especialmente crimes contra a ordem tributária, bem como sonegando a existência de bens próprios das autoridades judiciais que acompanham a execução penal”.

O juiz diz que Youssef tem contra si uma extensa ficha de vida criminosa, que assinava colaborações que não cumpria e que as novas práticas apontadas agora não foram objeto de nenhum tipo de colaboração no passado e que “o investigado não possui uma espécie de carta branca ou blindagem para o cometimento de crimes”.

O juiz diz que existem indícios de que Alberto Youssef tenha sonegado das autoridades judiciais e fiscais a verdadeira posse de prédios em Itapoá, que essas informações foram trazidas agora pela Polícia Federal, e que a alegação de que o irmão dele mora no local não tem nenhum tipo de documento que demonstre atividade e renda que seja lícita e estável do irmão.

Na prática o juiz Eduardo Appio mudou os fundamentos da prisão. Por causa desse novo mandado de prisão, Alberto Youssef segue preso na sede da Polícia Federal em Curitiba.