Os reflexos do conflito entre Rússia e Ucrânia já estão sendo percebidos na agricultura paranaense. Para o pequeno produtor a falta de alternativas de fertilizantes já é uma realidade, além da alta dos preços.

O preço dos fertilizantes minerais (o NPK, dos símbolos químicos de nitrogênio, fósforo e potássio) já está 30 a 50% mais caro para os produtores paranaenses em função da guerra no leste europeu. No ano passado os valores já tinham aumentado mais de 300% em função da pandemia de Covid-19 e demais questões políticas, econômicas e climáticas.

A análise é do Doutor em Engenharia de Produção, Mestre em Economia Rural e Engenheiro Agrônomo, Eugênio Stefanelo.

De acordo com informações da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, em setembro de 2020, o gasto com fertilizantes em uma lavoura de soja na região de Londrina era de R$ 620 por hectare. No mesmo mês do ano passado, esse custo mais do que dobrou, passando para R$ 1.323. Com isso, o peso dos fertilizantes no custo operacional desta lavoura passou de 20% para 31%, em 12 meses.

Luiz Alves Fontes, produtor de hortaliças na região da Colônia Murici, em São José dos Pinhais, conta que já está com dificuldade de encontrar determinados fertilizantes no mercado.

O produtor observa que se os valores não baixarem nos próximos meses, a alta vai mexer negativamente no rendimento dos produtores.

Eugênio Stefanelo analisa que os estoques de fertilizantes que já estão no Brasil devem durar apenas até setembro deste ano.

Entre as alternativas, de acordo com o especialista, está a racionalização dos produtos e se possível a criação de um estoque.